Cerca de 10% das pessoas com diabetes desenvolvem doença renal
José Manuel Boavida, presidente da APDP, reforça a necessidade de promover junto de todos os profissionais de saúde o seu papel na prevenção da doença renal crónica. “É necessário fomentar o rastreio sistemático da doença renal crónica em pessoas com diabetes e promover outro tipo de atitudes preventivas, como o controlo dos níveis de açúcar no sangue, da tensão arterial e do colesterol, assim como eliminar o consumo de tabaco. Não nos podemos esquecer de que quanto mais tempo se tem diabetes, maior a probabilidade de desenvolver lesões renais”, relembra o presidente da APDP.
A propósito da efeméride, que este ano se assinala a 14 de março, em parceria com vários centros hospitalares e entidades, a APIR realiza ao longo da semana e em todo o País ações de prevenção e sensibilização, incluindo palestras, rastreios e workshops.
“Em Portugal, estima-se que mais de 800 mil pessoas sofram de doença renal crónica, e todos os anos são registados mais de dois mil e quinhentos novos casos em fase terminal, existindo atualmente mais de 13 mil pessoas dependentes de diálise. Estes dados são preocupantes, mas continua a não existir uma política global de combate à insuficiência renal. Os doentes merecem uma aposta mais significativa na prevenção de patologias como esta”, defende José Miguel Correia, presidente da Direção Nacional da APIR.
Em todo o mundo, estima-se que mais de 850 milhões de pessoas vivam com doença renal crónica, que terá provocado mais de 3,1 milhões de mortes em 2019. É atualmente a oitava principal causa de morte e as previsões apontam para um agravamento dos anos de vida perdidos até 2040.
A diabetes é uma das principais causas da doença renal, uma vez que pode danificar as estruturas que filtram o sangue dentro dos rins. A longo prazo, os elevados níveis de glicose no sangue poderão evoluir para doença renal diabética ou nefropatia diabética, que habitualmente não provoca sintomas ou sinais até se encontrar numa fase avançada.