Projeto de Ortopedia do São João considerado “Boa Prática” no tratamento urgente da fratura do fémur proximal no idoso
Ligadas ao envelhecimento e à osteoporose, as fraturas do fémur proximal no idoso resultam de acidentes, por vezes domésticos. Os relatórios anuais revelam uma admissão crescente nos SU, associada ao aumento da esperança média de vida da população portuguesa. Entre 2020 e 2022, foram admitidos cerca de 400 utentes/ano com fratura do fémur no Serviço de Urgência do CHUSJ. Estima-se que, este ano, o número possa subir para 440 e que ocorram em Portugal cerca de 7000 fraturas/ano.
Com base nestas premissas, o Serviço de Ortopedia-Traumatologia do CHUSJ implementou em 2020 um plano de atuação multidisciplinar, tendo como objetivo operar o maior número possível de doentes em menos de 48h. “Este projeto permitiu reduzir em cerca de 20% o tempo de internamento e terá certamente efeito na diminuição da mortalidade neste grupo de doentes”, avança António Sousa, diretor do serviço de ortopedia do CHUSJ. Este desempenho assistencial já valeu a distinção “Boa Prática”, colocando o serviço de ortopedia do CHUSJ entre os 12 finalistas ao Prémio Boas Práticas em Saúde 2023.
“As fraturas do fémur proximal no idoso são um problema de saúde pública pelo seu impacto socioeconómico. O consumo de cuidados de saúde e do sector social (institucionalização provisória ou definitiva) é elevado. Por isso, além dos ganhos em saúde, acrescenta ganhos económicos, sociais e familiares também muito relevantes”, acrescenta António Sousa.
Operar mais de 80% neste período é indicador de desempenho assistencial: o tratamento cirúrgico em menos de 48 horas melhora significativamente os resultados clínicos. Assim, é recomendação internacional que a intervenção cirúrgica à fratura do fémur proximal no idoso ocorra nas primeiras 48 horas. Nesse sentido, a ACSS criou um indicador de desempenho assistencial que prevê mais de 80% dos utentes operados nesse período após admissão nos serviços de Urgência.