HFF é o primeiro hospital com certificação da qualidade na colheita de órgãos e tecidos para transplantação
Segundo a unidade Hospitalar, “este importante passo de certificação e gestão da qualidade coloca o HFF na linha da frente como o único hospital nacional detentor de reconhecimento dos mais exigentes parâmetros internacionais de qualidade. Este processo constituiu um desafio estratégico que afirma a excelência clínica e organizacional do HFF e o seu compromisso de melhoria contínua dos processos, trazendo benefícios para a segurança dos doentes transplantados e repercussões diretas nos cuidados de saúde prestados aos utentes que beneficiam dos órgãos e tecidos colhidos no HFF”.
E explica: “Esta certificação da qualidade foi alcançada para os processos de doação e colheita de órgãos em dadores em morte cerebral e para a doação e colheita de córneas em dadores de coração parado. Resultou do trabalho meticuloso empreendido pelo Núcleo de Coordenação Hospitalar de Doação (NCHD) do HFF, uma equipa multidisciplinar formada por seis médicos, dois enfermeiros e um técnico operacional, todos com formação específica e continuada nesta área”.
Esta é mais uma inovação levada a cabo pelo NCHD, que tem impulsionado desde a sua constituição, em 2009, um espírito empreendedor, para promover as dádivas de órgãos na instituição. No âmbito desse dinamismo, destaca-se o desenvolvimento da ferramenta informática “DonorNow”, em parceria com o Serviço de Tecnologias de Informação e Comunicação, para sinalização automática de “catástrofes neurológicas” através dos exames de Tomografia Computorizada realizados no HFF; o sistema de sinalização de óbitos no serviço de Anatomia Patológica; a participação na elaboração do Registo Português de Transplantação, em parceria com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), para além da apresentação de diversos trabalhos em reuniões científicas, cursos e ações de divulgação junto de escolas secundárias.
O desenvolvimento e consolidação dos processos de doação e colheita, permitiram implementar programas de transplante de córneas pelo Serviço de Oftalmologia do HFF, bem como de aplicação de tecido osteotendinoso pelo Serviço de Ortopedia, atividades todas elas também devidamente autorizadas pelo IPST e certificadas pelo programa da qualidade da Direção Geral da Saúde (DGS).
O processo de identificação de potenciais dadores de órgãos e tecidos envolve um alargado número de profissionais de saúde e exige uma sensibilização permanente de todos os prestadores de cuidados de saúde dos diferentes serviços do HFF. Esta é, também, uma preocupação do NCHD que, ao longo dos anos, tem mantido permanente disponibilidade e empenho na realização de ações de formação e sensibilização em múltiplos serviços e unidades do hospital.
Desde a constituição desta equipa, em 2009, o HFF totalizou a colheita de 218 órgãos, provenientes de 103 dadores em morte cerebral.
Adicionalmente, foram colhidas, nos últimos 14 anos, 450 córneas. Foram transplantadas 98 córneas pelo Serviço de Oftalmologia do HFF e outras tantas fornecidas para o Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Central, ao abrigo de um protocolo de colaboração entre as duas instituições.
Ao nível dos tecidos não oculares, o HFF tem a registar um total de 43 peças de tecido colhidas (entre osso, tendões e válvulas cardíacas) e enviados para o banco de tecidos de Lisboa.
O HFF contribui assim para que Portugal ocupe o segundo lugar europeu, abaixo de Espanha, no número de transplantes por milhão de habitantes. À escala mundial, o nosso país está em quarto lugar em taxas de colheitas e transplantação de órgãos, por milhão de habitante, logo após os EUA, Espanha e a Islândia.