Sindicato dos Enfermeiros reúne com Ministério da Saúde esta sexta-feira
O encontro realizar-se-á às 9h00, por videoconferência, e surge na sequência da retoma das negociações ocorrida no passado 19 de julho, depois de um largo período em que os responsáveis ministeriais não se sentaram à mesa de trabalho com as estruturas sindicais.
Nesta nova etapa das negociações, a tutela pretende discutir o novo projeto-lei para as Unidades de Saúde Familiar, tema sobre o qual o Sindicato dos Enfermeiros tem uma posição muito clara. “Estamos profundamente preocupados, porque, pelo que vemos, a tutela está a adiar uma vez mais uma reforma importante para todo o sistema de saúde nacional e, em particular, para os cuidados de saúde primários. E a relegar para segundo plano, para o longo prazo, uma visão global, estratégica e integrada daquele que tem de ser o verdadeiro motor da saúde portuguesa, que passa desde logo pela prevenção e promoção da saúde”, alerta Pedro Costa, presidente do SE.
Para o dirigente sindical dos enfermeiros lusos, “o que está em cima da mesa é, na nossa análise, mais um remendo, que pouco vai trazer ao SNS. Há que apostar fortemente na promoção da saúde na população e nas escolas, e pensar – e atuar - de uma forma integrada desde já, não chutando o problema para a frente, para ser resolvido não se sabe bem quando”.
Oportunamente, em maio e em julho, a estrutura sindical fez saber que pretende a extensão dos incentivos para as Unidades de Saúde Familiar às Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados, às Unidades de Saúde Pública e às Unidades de Cuidados na Comunidade.
A reforma prevista para os cuidados de saúde primários, sublinha o mesmo responsável, “não pode contemplar apenas as unidades de saúde familiar (USF). É também necessário, uma visão global e estratégica da promoção da saúde e prevenção da doença, onde os enfermeiros são a trave-mestra em todos os sistemas de saúde internacionais. Valorizar a profissão, para que o Serviço Nacional de Saúde consiga dar uma resposta adequada é o caminho”.
Na reunião ocorrida em junho esteve em cima da mesa a conclusão do Acordo Coletivo de Trabalho, lembrando o Sindicato dos Enfermeiros que esta é a única profissão da área da Saúde que não tem em vigor qualquer acordo a este nível desde 2017.
Questões como a valorização da carreira, a especialização, o reconhecimento do risco e da penosidade da profissão, de desgaste rápido, e a dedicação ao SNS são questões que o SE quer ver debatidas com a máxima urgência, sob pena de não restar outra alternativa que não endurecer a luta dos enfermeiros, enfraquecendo ainda mais a débil resposta do SNS aos problemas de saúde dos portugueses.