Investigadora principal no iMM, foi nomeada membro da EMBO
Luísa Figueiredo é natural do Porto, em Portugal. Fez o seu doutoramento em parasitologia da malária no Institut Pasteur (Paris, França), mas foi durante o seu trabalho de pós-doutoramento na Rockefeller University (Nova Iorque, EUA) que se cruzou pela primeira vez com o parasita que continua a ser o foco da sua investigação até hoje: o Trypanosoma brucei. O tripanosoma é um parasita unicelular que causa doença do sono em humanos e nagana em bovinos, na África Subsariana. A Luísa regressou a Portugal e estabeleceu o seu laboratório de investigação independente no iMM, em 2010, onde estuda as interações entre o parasita e o hospedeiro. A sua equipa foca-se nos mecanismos celulares e moleculares usados pelos tripanossomas para se adaptarem ao hospedeiro e para escaparem às defesas do seu sistema imunitário. Ao longo dos anos, a Luísa fez contribuições inovadoras na área da parasitologia, como a colonização preferencial de diferentes tecidos por tripanossomas, mas também no campo da biologia molecular, com descobertas sobre a importância das modificações nas moléculas de RNA na regulação da expressão genética. As suas descobertas podem contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas para a doença do sono e a nagana, que continuam a ser um problema de saúde pública e um grande desafio económico na África Subsariana.
Esta não é a primeira vez que a EMBO reconhece as contribuições científicas da Luísa Figueiredo. Em 2010, a Luísa recebeu uma Installation Grant da EMBO para estabelecer o seu laboratório de investigação no iMM. "Sinto-me profundamente honrada por ter sido eleita como membro da EMBO. A EMBO foi determinante na minha carreira, através do programa EMBO Young Investigators, ao financiar o estabelecimento do meu laboratório de investigação incitando a criatividade e facilitando a gestão. É um privilégio fazer parte desta organização e juntar-me a este grupo de cientistas excecionais que têm sido uma inspiração ao longo da minha carreira. Estou ansiosa por continuar a participar nas iniciativas da EMBO, servir de mentora a jovens cientistas e contribuir para fortalecer a comunidade científica na Europa", afirma Luísa, sobre o significado deste reconhecimento. A sua excelência científica foi também reconhecida no passado por outras instituições de renome, como o Conselho Europeu de Investigação e a Fundação "la Caixa".
A tradição da EMBO de reconhecer investigadores excecionais remonta a 1963, quando a EMBO selecionou um grupo inicial de 150 membros que, desde então, tem vindo a crescer através de eleições anuais. Luísa Figueiredo junta-se agora a outros investigadores do iMM que fazem parte desta rede, como Maria do Carmo Fonseca, Maria Mota e Bruno Silva Santos. Na qualidade de novo membro da EMBO, Luísa terá um papel ativo nas iniciativas da organização, como a participação no Conselho e nos comités da EMBO, a avaliação de novas candidaturas, a orientação de jovens cientistas ou a participação nos conselhos editoriais das revistas da EMBO Press. Através destas atividades, os membros da EMBO ajudam a reforçar as comunidades de investigação na Europa e no resto do mundo e a definir a direção da investigação no domínio das ciências da vida.