37.ª edição do HUG - Healthcare User Group

GS1 Portugal reúne profissionais de saúde para discutir a importância da codificação no setor

A GS1 Portugal, entidade responsável pelo desenvolvimento de standards para a saúde, organizou a 37.ª edição do HUG - Healthcare User Group, que contou com um grupo restrito de profissionais e decisores da área da saúde para abordar a importância da codificação no setor e, também, para apresentar um case-study nesta área. O evento teve lugar na sede da GS1 Portugal, no passado dia 30 de março.

Esta edição contou com os contributos de Sofia Perdigão, Gestora do Setor da Saúde da GS1 Portugal; Patrícia Ruivo, Diretora da Academia Aesculap, do grupo B. Braun; Raquel Abrantes, Diretora de Qualidade, Saúde e Formação da GS1 Portugal; Marta Résio, Gestora de Comunicação da GS1 Portugal; e Beatriz Almeida, representante da equipa de logística da MC – Wells.

Sofia Perdigão iniciou esta reunião com a partilha de atualizações relativas ao Regulamento dos Dispositivos Médicos de Diagnóstico in Vitro. Começou por explicar que a Comissão Europeia (CE) tem estado muito ativa nesta matéria e que existe uma extensão do período transitório destes dispositivos até 2027/2028, de acordo com a classe de risco do dispositivo médico, “para permitir que exista a criação de um maior número de organismos notificados, de forma a que a capacidade de resposta seja melhorada e para que seja possível disponibilizar mais   dispositivos médicos no mercado”.

De seguida, Patrícia Ruivo partilhou a abordagem da B. Braun quanto à utilização de códigos bidimensionais DataMatrix nos dispositivos médicos de utilização múltipla, afirmando que “os dispositivos de uso múltiplo são submetidos a todo um processo, chamado reprocessamento, porque são utilizados e têm de ser descontaminados e esterilizados para poderem voltar a ser utilizados.” Neste sentido, “é importante que tenham codificação que permita rastrear o ciclo todo”, nomeadamente para prevenção de infeções. O reprocessamento permite apurar quando se descontaminou, quem seguiu o processo, em que intervenções esteve presente, garantindo a rastreabilidade granular, ao nível de cada dispositivo e não da caixa ou conjunto utilizado em cirurgia.

Patrícia Ruivo mencionou, ainda, que o código vai perdendo propriedades de leitura por força da descontaminação e das características específicas dos materiais em que são produzidos os dispositivos, frequentemente metálicas. Nesse sentido, a B. Braun concebeu um sistema específico de leitura que garante que o código mantém as propriedades de leitura ao longo de todo o ciclo de vida do produto.

Sofia Perdigão apresentou o plano estratégico da GS1 Healthcare até 2027, que foi apresentado no Global Forum 2023 e se foca essencialmente “na transformação digital e na segurança e outcomes de pacientes, para que exista uma uniformização da qualidade dos dados”, tendo em conta os seguintes desafios: digitalização da saúde, a saúde virtual, o excesso de tempo despendido em gestão de stock e o desperdício e custos associados com obsolescência e erros. Neste sentido, a GS1 Portugal pretende definir os key points de atuação no setor para partilhar, posteriormente, o plano estratégico a 2 anos em Portugal.

Beatriz Almeida complementou esta apresentação com a visão dos retalhistas acerca da importância da codificação para retalho de parafarmácia, partilhando a forma como a Wells a insere na sua estratégia de negócio, nomeadamente para uma maior rastreabilidade e redução dos processos manuais, o que promove a eficiência e reduz o tempo de espera dos fornecedores e de receção de mercadoria.

Nesta 37.ª edição do HUG foi também apresentado o Case-study do Projeto de Fiabilidade de Leitura em Armazém (FLA), uma iniciativa pioneira no setor da saúde entre a GS1 Portugal e a MC-Wells, em que os standards foram incorporados na operação logística do canal de parafarmácia da Sonae MC. Este projeto teve como objetivo “aumentar a eficiência na receção, uniformizar as identificações das unidades logísticas e lançar as bases para a digitalização da cadeia de abastecimento no setor da saúde”. Com a ajuda da GS1 Portugal, a MC-Wells conseguiu implementar uma nova solução pioneira para a identificação da unidade e os fornecedores foram incentivados a identificar as caixas multirreferência, de acordo com os standards da GS1. A nível de resultados, foi possível identificar a prevalência de standards GS1 nas etiquetas auditadas, nomeadamente o “aumento em 136% a etiqueta logística de paletes e em 174% a etiqueta de caixa”.

Ainda no contexto desta edição do HUG, Marta Résio, da GS1 Portugal, deu conta dos requisitos que a Diretiva de Reporte Sustentabilidade Corporativa (CSRD), aplicável desde janeiro de 2023. Esta Diretiva, juntamente com o Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis ​​(SFDR) e com o Regulamento da Taxonomia (Regulamento 2020/852), exige que todas as empresas abrangidas pela CSRD reportem a sua intervenção nos domínios ambiental, social e de governança, de acordo com cronograma específico, de forma a promover uma maior informação sobre o posicionamento e performance das empresas nesta área.

Neste sentido, a gestora de comunicação da organização apresentou o serviço de apoio que a GS1 Portugal está a oferecer neste âmbito à comunidade empresarial e os associados da organização, para “planear, mobilizar, coordenar e apoiar a elaboração e auditoria aos respetivos Relatórios de Sustentabilidade”.

O evento foi encerrado com a intervenção de Raquel Abrantes, que deu conta dos próximos eventos e iniciativas da GS1 Portugal na área da saúde, anunciando, também, a data da próxima reunião do HUG, que se realizará no dia 27 de junho de 2023.

Fonte: 
Adagietto
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
GS1 Portugal