GS1 Portugal reúne profissionais de saúde para discutir a importância da codificação no setor
Esta edição contou com os contributos de Sofia Perdigão, Gestora do Setor da Saúde da GS1 Portugal; Patrícia Ruivo, Diretora da Academia Aesculap, do grupo B. Braun; Raquel Abrantes, Diretora de Qualidade, Saúde e Formação da GS1 Portugal; Marta Résio, Gestora de Comunicação da GS1 Portugal; e Beatriz Almeida, representante da equipa de logística da MC – Wells.
Sofia Perdigão iniciou esta reunião com a partilha de atualizações relativas ao Regulamento dos Dispositivos Médicos de Diagnóstico in Vitro. Começou por explicar que a Comissão Europeia (CE) tem estado muito ativa nesta matéria e que existe uma extensão do período transitório destes dispositivos até 2027/2028, de acordo com a classe de risco do dispositivo médico, “para permitir que exista a criação de um maior número de organismos notificados, de forma a que a capacidade de resposta seja melhorada e para que seja possível disponibilizar mais dispositivos médicos no mercado”.
De seguida, Patrícia Ruivo partilhou a abordagem da B. Braun quanto à utilização de códigos bidimensionais DataMatrix nos dispositivos médicos de utilização múltipla, afirmando que “os dispositivos de uso múltiplo são submetidos a todo um processo, chamado reprocessamento, porque são utilizados e têm de ser descontaminados e esterilizados para poderem voltar a ser utilizados.” Neste sentido, “é importante que tenham codificação que permita rastrear o ciclo todo”, nomeadamente para prevenção de infeções. O reprocessamento permite apurar quando se descontaminou, quem seguiu o processo, em que intervenções esteve presente, garantindo a rastreabilidade granular, ao nível de cada dispositivo e não da caixa ou conjunto utilizado em cirurgia.
Patrícia Ruivo mencionou, ainda, que o código vai perdendo propriedades de leitura por força da descontaminação e das características específicas dos materiais em que são produzidos os dispositivos, frequentemente metálicas. Nesse sentido, a B. Braun concebeu um sistema específico de leitura que garante que o código mantém as propriedades de leitura ao longo de todo o ciclo de vida do produto.
Sofia Perdigão apresentou o plano estratégico da GS1 Healthcare até 2027, que foi apresentado no Global Forum 2023 e se foca essencialmente “na transformação digital e na segurança e outcomes de pacientes, para que exista uma uniformização da qualidade dos dados”, tendo em conta os seguintes desafios: digitalização da saúde, a saúde virtual, o excesso de tempo despendido em gestão de stock e o desperdício e custos associados com obsolescência e erros. Neste sentido, a GS1 Portugal pretende definir os key points de atuação no setor para partilhar, posteriormente, o plano estratégico a 2 anos em Portugal.
Beatriz Almeida complementou esta apresentação com a visão dos retalhistas acerca da importância da codificação para retalho de parafarmácia, partilhando a forma como a Wells a insere na sua estratégia de negócio, nomeadamente para uma maior rastreabilidade e redução dos processos manuais, o que promove a eficiência e reduz o tempo de espera dos fornecedores e de receção de mercadoria.
Nesta 37.ª edição do HUG foi também apresentado o Case-study do Projeto de Fiabilidade de Leitura em Armazém (FLA), uma iniciativa pioneira no setor da saúde entre a GS1 Portugal e a MC-Wells, em que os standards foram incorporados na operação logística do canal de parafarmácia da Sonae MC. Este projeto teve como objetivo “aumentar a eficiência na receção, uniformizar as identificações das unidades logísticas e lançar as bases para a digitalização da cadeia de abastecimento no setor da saúde”. Com a ajuda da GS1 Portugal, a MC-Wells conseguiu implementar uma nova solução pioneira para a identificação da unidade e os fornecedores foram incentivados a identificar as caixas multirreferência, de acordo com os standards da GS1. A nível de resultados, foi possível identificar a prevalência de standards GS1 nas etiquetas auditadas, nomeadamente o “aumento em 136% a etiqueta logística de paletes e em 174% a etiqueta de caixa”.
Ainda no contexto desta edição do HUG, Marta Résio, da GS1 Portugal, deu conta dos requisitos que a Diretiva de Reporte Sustentabilidade Corporativa (CSRD), aplicável desde janeiro de 2023. Esta Diretiva, juntamente com o Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis (SFDR) e com o Regulamento da Taxonomia (Regulamento 2020/852), exige que todas as empresas abrangidas pela CSRD reportem a sua intervenção nos domínios ambiental, social e de governança, de acordo com cronograma específico, de forma a promover uma maior informação sobre o posicionamento e performance das empresas nesta área.
Neste sentido, a gestora de comunicação da organização apresentou o serviço de apoio que a GS1 Portugal está a oferecer neste âmbito à comunidade empresarial e os associados da organização, para “planear, mobilizar, coordenar e apoiar a elaboração e auditoria aos respetivos Relatórios de Sustentabilidade”.
O evento foi encerrado com a intervenção de Raquel Abrantes, que deu conta dos próximos eventos e iniciativas da GS1 Portugal na área da saúde, anunciando, também, a data da próxima reunião do HUG, que se realizará no dia 27 de junho de 2023.