Opinião

Higiene das Mãos: uma boa prática que nos mantém em segurança

Atualizado: 
05/05/2023 - 14:41
As infeções associadas aos cuidados de saúde são eventos adversos que ocorrem durante o internamento, sendo o hospital um hotspot privilegiado para tal. Todavia, muitas destas infeções podem ser evitadas se adotadas medidas de prevenção e controlo de infeção.

A higiene das mãos (HM) merece destaque como uma dessas medidas, quer seja aplicada de forma isolada e/ou sinérgica, sendo a mais eficaz na prevenção da transmissão horizontal de microrganismos causadores de infeção. Embora singela, assume uma dimensão equitativa e democrática, pois está presente em todos os contextos de prestação de cuidados, devendo ser realizada por todos os profissionais, em todos os momentos preconizados, para e por todos os doentes, por todos os visitantes. Acrescenta-se ainda a sua dimensão económica, como estratégia de redução de custos, permitindo poupar cerca de 16,5 dólares por cada dólar investido. Sem reservas, a HM é a pedra angular de qualquer programa de prevenção e controlo de infeção e resistência aos antimicrobianos.

Semmelweis estabeleceu a relação entre HM e redução da infeção; cem anos volvidos, a solução antisséptica de base alcoólica é o gold standard desta prática e as novas tecnologias estão aí, como ferramentas indispensáveis para a gestão deste indicador. Porém, e em primeiro lugar, a HM é uma medida ancorada no respeito pela dignidade do doente e, inexoravelmente, encarada como um dever para com a vulnerabilidade da pessoa cuidada.

Com a chegada do 5 de maio, a Organização Mundial da Saúde convoca todos a celebrar o Dia Mundial da Higiene das Mãos, no contexto da Campanha "SAVE LIVES: Clean Your Hands", a qual Portugal também abraça. O slogan deste ano, Accelerate action together, insta à colocação da HM como tópico prioritário na agenda sanitária dos países. Aceitemos o repto!

 

 

Autor: 
Clara Carvalho - enfermeira na UL-PPCIRA do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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