Desonestidade: como age cérebro de pessoas desonestas
De acordo com o neurocientista, Fabiano de Abreu Agrela, a pessoa desonesta pode ser assim por uma questão de caráter ou por causa de um problema mental.
“De certa forma, são pessoas que se tornam arrogantes pela própria desonestidade, para tentar balancear o prejuízo do peso de não ser honesto. Pois o certo e o errado está bem definido na nossa cultura e sociedade. Logo, o que destoa, torna-se um peso”, disse.
Segundo Fabiano, a arrogância, tem como semântica a inveja e a prepotência, logo, ver a honestidade de alguém fere aqueles que não conseguiram conquistas através da honestidade. “É como uma competição narcísica em que, a falta de capacidade de conseguir fazer o certo, faz odiar os que conseguem”, complementou.
“Neurocientificamente falando, a desonestidade aumenta com o tempo. Há muita atividade em regiões do cérebro associadas às emoções – a amígdala em particular. Com o tempo, quanto mais desonesto, mais essa região vê a sua atividade diminuir. Mas isso não é bom, pois significa que o cérebro se moldou a essas circunstâncias. O cérebro tem a capacidade de se adaptar e tornar os estímulos menos intensos. Infelizmente, a adaptação torna mais fácil fazer algo mau”, explicou.
De acordo com Fabiano, essa alteração também afeta a região frontotemporal fazendo com que o indivíduo distorça a razão a seu favor. Ou seja, segundo o professor, essa pessoa começa a não se importar com a mentira.
O especialista também afirmou que experiências de imagens cerebrais conduzidas por Tali Sharot na University College London mostram que o cérebro se adapta ao comportamento desonesto. Os participantes mostraram uma atividade reduzida no seu sistema límbico à medida que contavam mais mentiras, apoiando a ideia de que cada mentira torna a mentira mais fácil.