Associação Portuguesa de Fertilidade considera “inadmissível” atraso na abertura do centro de PMA no Algarve
“O anúncio, em 2022, pelo Governo, de um centro de PMA no Algarve foi recebido com entusiasmo, mas rapidamente este desapareceu. Mais de um mês após a data prevista para a sua abertura, não há qualquer indicação de pedido para funcionamento junto do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) ou de alterações a nível de infraestrutura e recursos humanos para que se torne uma realidade”, explica a APFertilidade.
A data de inauguração foi avançada, no ano passado, pelo então secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales. Numa audição em comissão parlamentar, o político confirmou um reforço de oito milhões de euros para a área da procriação medicamente assistida e avançou que o novo centro de PMA do Algarve iniciaria funções em janeiro de 2023, no Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA). Desta forma, o SNS conseguia dar resposta às mulheres e aos casais do sul.
Cláudia Vieira garante que, até ao momento, “não houve qualquer declaração feita por parte do ministério da Saúde” para justificar o atraso na abertura do centro do sul. A associação de doentes aponta a “falta de vontade dos sucessivos Governos” e a inexistência de um “orçamento realista” para esta área da saúde. “As pessoas que enfrentam este problema têm o direito a receber o apoio para o qual contribuem com os seus impostos. Esta negligência existe há demasiado tempo e estes beneficiários merecem o devido respeito”, continua.
A APFertilidade revela ainda que já levou esta e outras preocupações às reuniões com os grupos parlamentares do PS, Chega, Livre e PCP. Segundo a presidente da associação, os deputados “lamentaram que continue por abrir um centro de PMA na zona sul e informaram que iriam questionar a tutela para saber se houve alterações quanto ao anunciado o ano passado e se existem prazos para que o centro se torne uma realidade”.
“As mulheres e casais que se agarraram à esperança de deixarem de se deslocar várias centenas de quilómetros para serem ajudados sentem-se desiludidos com o que consideram ter sido uma falsa expectativa, como muitos confessaram à APFertilidade por telefone ou e-mail”, conclui Cláudia Vieira.