CHULN é pioneiro na utilização da IA no rastreio do Glaucoma
O Serviço de Oftalmologia do CHULN, dirigido por Walter Rodrigues, conta eliminar a lista de espera nesta área e já estabeleceu um protocolo para alargar este rastreio a centros de saúde da região de Lisboa.
"Com o circuito de exames habitual, só conseguíamos ver oito doentes por dia, num processo que ocupava três ortoptistas, exames que depois ainda tinham de ser analisados por um médico", conta Luís Abegão Pinto, responsável pela Consulta de Glaucoma do CHULN. "Com este novo exame, basta tirar uma fotografia aos olhos e em segundos o programa dá-nos um diagnóstico bastante exato sobre a doença. Isso permite-nos no mínimo duplicar a capacidade de exames diários e ficar apenas com os doentes que realmente precisam de fazer o resto do processo".
O Serviço de Oftalmologia do CHULN estabeleceu já um protocolo com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo para levar este exame inovador aos centros de saúde, num projeto piloto que deve arrancar a 1 de fevereiro. "Conseguimos assim ir ao encontro dos doentes, o que já estava previsto na Estratégia Nacional para a Saúde da Visão mas ainda não tinha sido implementado", destaca Luís Abegão Pinto. Foi, aliás, esse enquadramento legal já existente em Portugal que permitiu que o CHULN fosse pioneiro a nível internacional na utilização da inteligência artificial nesta área.
O glaucoma é uma doença de difícil diagnóstico e a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Estima-se que cerca de 400 mil pessoas sofram desta doença em Portugal, metade delas por diagnosticar.