Estudo clínico revela potencial de cocktail de bacteriófagos para tratamento de pé diabético
Este Ensaio Clínico, com início em 2020, foi desenhado para avaliar a segurança e a tolerabilidade do medicamento em indivíduos com infeções causadas pelas bactérias Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Acinetobacter baumannii, que contribuem para a morbilidade e mortalidade de doentes diabéticos, e cuja resolução não é muitas vezes encontrada nas abordagens terapêuticas atuais.
Globalmente, os dados de segurança obtidos neste estudo mostraram que o medicamento biológico foi bem tolerado pelos doentes, apresentando um perfil favorável de segurança, sem quaisquer efeitos adversos relacionados com a aplicação do produto. Os dados de eficácia obtidos são bastante promissores e encorajam o desenvolvimento rápido das fases clínicas subsequentes.
Além da sua utilização no Ensaio Clínico, o produto TP-102 foi ainda aplicado no âmbito de “uso compassivo” por. Michal Dekel, médica responsável por tratamentos de terapia fágica em Tel Aviv, Israel. Sobre o sucesso dos resultados do uso compassivo de bacteriófagos no tratamento de úlceras infetadas de pé diabético, Michal Dekel refere que “estes pacientes melhoraram dramaticamente” e que atualmente “estão bem e a ser acompanhados em regime ambulatório”.
A empresa biofarmacêutica portuguesa encontra-se agora a preparar a próxima fase clínica do produto, que em 2021 obteve a designação Fast Track pela Agência Norte-Americana FDA. As fases clínicas seguintes pretendem avaliar a eficácia e a segurança do TP-102 num maior número de doentes, num ensaio multicêntrico internacional que terá início no decorrer de 2023.
“Estamos muito animados com os resultados obtidos e com as fases clínicas que se seguem”, refere Miguel Garcia, CEO da TechnoPhage. “Continuaremos a provar que este medicamento biológico é seguro, eficaz e uma opção de tratamento efetiva para muitos doentes que não têm neste momento alternativas”, menciona ainda Miguel Garcia.