Ordem dos Psicólogos Portugueses lança novo documento sobre como todos podemos ajudar a construir a Paz

O documento começa por explicar que a Paz é muito mais do que a ausência de guerra. “A Paz é a presença de Justiça, de Igualdade, de Liberdade, de respeito pelos Direitos Humanos, de Inclusão, de Sustentabilidade. A Paz implica a existência de condições físicas, sociais, económicas, políticas, culturais e ecológicas que apoiem o desenvolvimento, em harmonia, de todos os cidadãos e cidadãs”, especifica.
Segundo o documento, todos podemos fazer a diferença. Agir é, de acordo com a Ordem dos Psicólogos Portugueses, o primeiro passo. “Não podemos limitar-nos a desejar ou a esperar que haja Paz. Temos de nos envolver activamente na sua criação e construção. Todos e todas, cada um/a de nós, pode contribuir para a Paz nos seus diferentes contextos de vida (na família, no trabalho ou na escola) e ser um/a “activista pela Paz” (votando, escrevendo um artigo para o jornal, praticando voluntariado, cantando uma música, utilizando as redes sociais para disseminar mensagens de Paz e tolerância, criando espaços de partilha no nosso grupo de amigos ou na nossa comunidade, etc.)”, revela o documento.
Sentirmo-nos em paz, sublinha, “também influencia as reacções daqueles que estão à nossa volta – somos “modelos de comportamento” particularmente para as crianças e jovens. Por isso, construir a Paz também é um processo que temos de fazer connosco mesmos, internamente”.
Por outro lado, acrescenta que é essencial defendermos e respeitarmos os respeitar os valores da Justiça, da Igualdade e os restantes Direitos Humanos. “A Paz, a Justiça e a Igualdade são lados da mesma moeda. Reconhecer os Direitos Humanos é defender que todas as pessoas, independentemente das suas diferenças e possíveis discórdias, têm o direito a ser tradas com dignidade e justiça, a ver a suas necessidades satisfeitas e o seu potencial realizado. Por outro lado, é também necessário reconhecer que as desigualdades e as iniquidades alimentam, directamente, o conflito e a violência, e, indirectamente, outros fenómenos sociais (como a pobreza, por exemplo) que, por sua vez, podem também ser geradores de violência”, pode ler-se no documento.
Desenvolver sensibilidade e conhecimento sobre a diversidade cultural é outro ponto importante a desenvolver na construção da paz. “É importante conhecermos a diversidade de costumes e crenças ao longo do espaço e do tempo, as características de civilizações do passado e do presente. A globalização aproximou-nos, mas continuamos a ser “estranhos/as” uns/umas para os outros, apesar do volume gigante de informação que partilhamos. Para conhecermos a outra pessoa é preciso desenvolver curiosidade e interesse em fazer perguntas e escutá-la; procurarmos pontos em comum (por exemplo, apesar de podermos ter várias identidades, há identidades que todos partilhamos – portugueses/as, ucranianos/as e russos/as, somos todos europeus e europeias, somos todos humanos). Só assim será possível desconstruirmos estereótipos e preconceitos, evitando a discriminação”, refere.
Por outro lado, adianta-se ainda que “tal como a violência é aprendida, também a resolução de problemas e conflitos de forma não violenta o pode ser. Podemos aprender a seguir um conjunto de passos perante um problema ou situação de conflito”.
“Os momentos de maior adversidade (como é o caso da Guerra) podem transformar-nos, podem dar-nos a oportunidade de praticar a empatia, a compaixão, a tolerância e o altruísmo. Ensinam-nos que não nos podemos esconder atrás da indiferença, da inércia e de uma visão pessimista do futuro. Lembram-nos que não devemos dar nada por garantido, que só recebemos aquilo em que investimos. Que temos de usar a esperança, as nossas competências, a humanidade, para ajudar a construir e a sustentar a Paz”, reforça a Ordem dos Psicólogos Portugueses em comunicado.