10 mitos em medicina dentária
1. É normal perder dentes com a idade?
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a perda de dentes não é uma consequência natural da idade. Natural da idade é existir desgaste dentário, devido à mastigação e hábitos funcionais e parafuncionais. A perda dentária poderá acontecer na sequência de um trauma, doença periodontal ou cárie. Mas cada vez mais, a medicina dentária caminha no sentido da prevenção para evitar o tratamento.
2. Os dentes do siso podem provocar apinhamento dentário?
Os chamados de “dentes do siso” correspondem aos terceiros molares, sendo os últimos dentes a aparecer. Estes dentes ocupam o espaço remanescente na arcada dentária, mas não está provado que o seu aparecimento provoca apinhamento dentário. Por alterações à erupção dentária, o alinhamento dentário poderá ser o alinhamento natural dos dentes na arcada. Hábitos parafuncionais poderão provocar apinhamento dentário e a extração dos dentes do siso não fará com que os dentes se voltem a alinhar.
3. É normal ter cáries?
A cárie dentária é uma doença infeciosa, causada por bactérias. Os dentes não nascem com cárie, mas, assim que estão em contacto com a cavidade oral, poderão desenvolver cárie. Devido às alterações no padrão alimentar da sociedade atual, de uma alimentação dura para uma alimentação processada, mole e “pegajosa”, a prevalência de cárie dentária continua a ser alta. As cáries nos dentes “de leite” também devem ser tratadas, para não causarem dor.
4. Devemos lavar os dentes a seguir a cada refeição?
Não, devemos aguardar cerca de 30 minutos após as refeições. Quando comemos, o pH da boca sofre alterações. Mas a saliva tem um poder anti-sético contra algumas bactérias que ajuda a equilibrar os dentes e gengivas, aumentando o pH da boca.
A escovagem dentária deve ser realizada no mínimo 2 vezes por dia, durante 2 minutos. E a escova dentária deve ser substituída a cada 3 meses. O “encurvamento” das cerdas da escova indicam a necessidade de substituição da escova.
5. Devemos ir ao Médico Dentista apenas quando temos um problema?
Não. Deve-se ir ao Médico Dentista, pelo menos, duas vezes por ano, à exceção de pacientes com elevado risco para as doenças orais. O risco e consequente frequência de necessidade de acompanhamento deve ser avaliado pelo Médico Dentista e Higienista Oral. As consultas de
check-up deverão ser consideradas como consultas de prevenção e reeducação, contudo, são frequentemente adiadas, pelo que estão frequentemente associadas a tratamento.
6. Sempre que temos dor de dentes devemos tomar antibióticos?
Nem todas as dores de dentes requerem a toma de antibióticos. Numa situação de dor de dentes por cárie, o tratamento indicado é a remoção de cárie ou numa situação mais avançada, o tratamento endodôntico do dente (desvitalização).
7. É doloroso colocar implantes?
Não. A cirurgia para colocação de implantes é um procedimento realizado com anestesia local e, por isso, é um procedimento seguro e indolor e com os riscos associados semelhantes a qualquer outro ato clínico cirúrgico. A cirurgia para colocação de implantes poderá ser simples ou complexa, conforme cada caso.
8. O branqueamento dentário estraga os dentes?
O branqueamento dentário não provoca qualquer alteração na estrutura dentária, pelo que não fragiliza ou desgasta os tecidos que compõe o dente. A hipersensibilidade dentária pode acontecer durante o tratamento, que termina após a interrupção do branqueamento. Existem 3 formas de fazer branqueamento dentário: interno, externo em consultório e externo em gabinete. Deve-se ter, ainda, atenção às pastas dentífricas branqueadoras que podem provocar abrasão do esmalte dentário.
9. O mau hálito vem sempre da boca?
Não. A sensação de mau hálito tem o nome de halitose e pode ter origem oral ou gástrica. A produção de gases orais deriva da fermentação de restos alimentares, que libertam enxofre. A língua é o local onde se dá o maior depósito de bactérias orais pelo que, em caso de halitose, a sua higiene é recomendada.
10. A gravidez prejudica os dentes?
A gravidez não prejudica os dentes da grávida nem provoca alterações na estrutura do esmalte. Durante a gravidez, poderá existir gengivite, chamada de “gengivite gravídica”. Caso necessite de anestesia local e de realizar radiografias intraorais, não se preocupe porque são seguras, sendo a sua realização ponderada e com base na sua necessidade de urgência.