Opinião

Lombalgia: uma preocupação recorrente em clínica

Atualizado: 
03/03/2022 - 10:33
A lombalgia é uma condição muito frequente e uma das principais causas de incapacidade afetando o desempenho no trabalho e bem-estar, levando muitas pessoas a recorrer aos consultórios médicos.

Quase todas as pessoas sofrerão de dores lombares. Segundo a Organização de Saúde cerca de 70% da população já teve ou terá alguma dor na coluna, sendo a faixa etária dos 35 aos 55 anos a mais atingida.

É uma condição multifatorial que pode estar associada a questões laborais, alterações anatomofisiológicas e psicossociais.

As lombalgias são um fenómeno com grande impacto nas atividades diárias do indivíduo, que se repercutem na vida familiar, laboral e social. Se tivermos em conta as estimativas de que todos os adultos terão eventualmente pelo menos um episódio de lombalgias durante a vida, entendemos porque é que esta sintomatologia representa a primeira causa de absentismo laboral na maior parte dos países industrializados.

A lombalgia é o termo usado para caraterizar uma dor na região lombar, portanto, é um sintoma e não uma patologia, significando, desta forma, que poderá estar presente em diferentes quadros clínicos. São habitualmente classificadas como agudas, subagudas ou crónicas consoante a duração das queixas.

A coluna vertebral é composta por vértebras, discos, ligamentos, nervos e músculos. Cada vértebra tem um disco, composto por uma porção gelatinosa envolto num anel fibroso e resistente, que atua como amortecedor. Possuem, também, duas articulações revestidas de cartilagem. Trabalhando em conjunto, os discos e as articulações permitem que a coluna se dobre e torça com segurança.

Os ligamentos são bandas fortes que mantêm as vértebras e os discos juntos. Os tendões prendem os músculos às vértebras. Essas estruturas ajudam a limitar o movimento excessivo. Torna-se evidente que todas as estruturas devem funcionar harmoniosamente para permitir movimento.

Em consequência das posturas e esforços desadequados, trabalho repetitivo, acidentes e quadros inflamatórios podem surgir alterações das estruturas anatómicas potenciando o surgimento das dores lombares.

No início, a sobrecarga pode causar, apenas, dores musculares, no entanto, a longo prazo, pode levar a um desgaste prematuro da coluna, causando hérnias de discais, artroses, discopatia e outros problemas.

A dor lombar leva, em muitos casos, à limitação da atividade laboral ou até mesmo ao absentismo com grandes consequências para a economia. São vários os estudos que apontam para os enormes custos em cuidados de saúde, acrescido dos cuidados indiretos relacionados coma ausência ao trabalho.

Determinar a causa da lombalgia pode ser um desafio, sendo necessário consultar um médico para que se possa determinar a história clínica e, se necessário realizar-se exames complementares de diagnóstico. Além disso, a prevenção e o controlo dos fatores de risco são fundamentais para o minimizar a incidência de dor lombar.

Torna-se, por isso, muito importante coadjuvar o acompanhamento médico com visitas regulares a um especialista na área de Osteopatia e/ou fisioterapia.

No que concerne à osteopatia, o especialista, avaliará a situação da pessoa, através do relato de sintomas e de um exame físico. Após a avaliação inicial proceder-se-á ao tratamento utilizando as técnicas mais adequadas ao quadro clínico de cada individuo. Desta forma, pode contribuir-se para redução das dores lombares favorecendo a manutenção da qualidade de vida e diminuindo o absentismo.

Quanto ao número e sequência de tratamentos, vai depender do caso e há quanto tempo está instalado o problema.

Embora não se possa parar o envelhecimento ou alterar sua determinação genética, as mudanças no estilo de vida podem ajudar a gerir e prevenir a dor lombar. Ter um estilo de vida saudável, estar consciente da posição mais correta durante as atividades do dia-a-dia, nomeadamente, ao levantar pesos, estar ativo, fortalecer os músculos paravertebrais e abdominais, se necessário, perder peso afim de dispor de uma compleição física global adequada e equilibrada, são alguns dos fatores que podem contribuir para minimizar a incidência de dores ou lesões lombares.

Conclui-se, assim, que a prevenção é uma mais-valia para as dores lombares tornando-se a Osteopatia uma excelente solução pois trata-se de um tratamento não invasivo, personalizado e sem recurso a fármacos.

Autor: 
Carla Mendes - Osteopata na Clínica Biscaia Fraga
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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