Mais de cinco milhões de crianças perderam um pai ou cuidador para a Covid-19
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A investigação, liderada pelo Imperial College london (Reino Unido) com dados da mortalidade de 20 países, destaca que o grupo de adolescentes entre os 10 e os 17 anos é o mais afetado, já que até 2,1 milhões perderam um pai ou cuidador para a doença.
Este tipo de orfandade ligado à pandemia também afetou quase 500.000 crianças entre zero e quatro anos e 740.000 entre cinco e nove anos, segundo dados atualizados por especialistas em julho de 2021.
O estudo refere que o número de crianças afetadas quase duplicou nos seis meses, entre 1 de maio de 2021 a 31 de outubro desse ano, em comparação com o número registado nos primeiros 14 meses da pandemia (de 1 de março de 2020 a 30 de abril de 2021).
Em termos globais, notam os autores, a pesquisa sugere que a taxa de mortalidade da Covid-19 afetou "desproporcionalmente" os pais ou cuidadores masculinos.
Nesse sentido, três em cada quatro crianças menores de 18 anos que ficaram órfãos, cerca de 75%, perderam o pai ou o cuidador.
No geral, salientam, a orfandade provocada pela Covid-19 aumenta o risco de as crianças sofrerem de pobreza, exploração e abuso sexual ou violência, infeção por VIH, desafios de saúde mental e graves angústias, bem como, em alguns contextos, propensão para se envolver em gangues de jovens e extremismo violento.