SPAVC convida hospitais a inserir dados de monitorização de qualidade no tratamento do AVC
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Recentemente, durante a 12.ª Reunião Nacional das Unidades de AVC, que decorreu em formato virtual no dia 24 de setembro de 2021, a internista do Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Ana Gomes, apresentou alguns números da participação dos hospitais portugueses neste projeto da Angels, para realçar “A importância da monitorização de Qualidade” (apresentação disponível em https://spavc.livewebinar.pt/12uavc/): na sua primeira edição, de 15 a 30 de março de 2020, 15 hospitais fizeram 61 registos referentes a doentes com AVC isquémico submetidos a terapia de reperfusão (trombólise endovenosa ou trombectomia); ainda no mesmo ano, ao longo de todo o mês de novembro, 14 hospitais fizeram 351 registos que incluíram dados de todos os doentes com AVC, independentemente do tipo (e no caso do AVC isquémico, de ter feito ou não, terapia de reperfusão); já a última edição, que aconteceu entre 15 e 30 de março de 2021, incluiu também todos os doentes com AVC e participaram 17 hospitais, correspondendo a um total de 202 registos. “Os três períodos coincidiram com a primeira, segunda e terceira vagas da pandemia por COVID-19 em Portugal com todas as implicações inerentes”, justificou Ana Gomes.
Tal como referido pela internista no final da sua apresentação, ao longo dos anos, “o número de doentes registados no RES-Q tem vindo a aumentar em Portugal”. Por isso, o seu desejo é que esta quarta edição permita ultrapassar o número já atingido em 2020, que teve um total de 2860 doentes registados no RES-Q.
Neste sentido, a Angels e a SPAVC “juntam-se” novamente para incentivarem os hospitais a participarem no Programa “Melhora Quem Sabe!” e, paralelamente, criarem uma cultura de monitorização de qualidade com registos contínuos de dados concretos para, assim, se conhecer a realidade dos cuidados ao doente com AVC em Portugal.
“A monitorização de qualidade está presente de forma clara nas guidelines e inúmeros estudos têm demonstrado ser um aspeto crucial na melhoria dos cuidados ao doente com AVC. E por isso tem sido uma das áreas que a Angels tem procurado desenvolver”, sublinha Ânia Gonçalves, consultora da Iniciativa Angels, completando: “Os hospitais beneficiam conhecendo a sua própria realidade, o que lhes permite, assim, identificar pontos de melhoria, de forma a prestar os melhores cuidados aos doentes”.
O Programa “Melhora Quem Sabe!” conta, anualmente, com dois períodos de recolha de dados – março e novembro – durante os quais os hospitais são convidados a participar, introduzindo os dados na plataforma RES-Q (https://qualityregistry.eu), “escolhida por ser uma base de dados da European Stroke Organisation, por já haver um número elevado de hospitais portugueses registados na mesma e na qual os hospitais têm acesso contínuo aos seus dados, que nunca deixam de ser sua propriedade.