Remdesivir mantém atividade contra a variante SARS-CoV-2 Omicron
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Segundo o comunicado, Remdesivir o inibe diretamente a replicação do SARS-CoV-2 dentro das células infetadas tendo como alvo a RNA polimerase viral. “A análise genética inicial de mais de 200 sequências disponíveis de isolados da variante Omicron, incluindo os da África do Sul, Ásia e Europa, demonstrou que não estão presentes novas mutações na variante Omicron das quais resultem expetáveis alterações da RNA polimerase viral do SARS-CoV-2, em comparação com as variantes anteriores conhecidas. Isto sugere que o remdesivir continuará a ser ativo contra a variante Omicron”.
Para além das análises genéticas, a Gilead vai continuar a avaliar experimentalmente a atividade do medicamento contra as variantes do SARS-CoV-2 identificadas através de testes antivirais in vitro. “A atividade antiviral foi confirmada in vitro contra todas as principais variantes do SARS-CoV-2 previamente identificadas, incluindo Alfa, Beta, Gama, Delta e Epsilon”, sublinha o laboratório adiantando que se encontra a trabalhar “em parceria com entidades governamentais e académicas para obter isolados virais e realizar testes laboratoriais in vitro da atividade antiviral contra a variante Omicron. Assim que os testes estejam completos, a Gilead partilhará os dados com as agências reguladoras, profissionais de Saúde e autoridades de saúde pública”.
Até à data, salienta, “não foram identificadas alterações genéticas importantes em qualquer uma das variantes de preocupação e variantes de interesse conhecidas do SARS-CoV-2 que alterariam significativamente a RNA polimerase viral alvo do mecanismo de ação de por do remdesivir. Em contraste, todas as variantes identificadas mostram mutações em diferentes locais das proteínas espiculares (“spike”) do SARS-CoV-2, que se encontram na superfície externa do vírus e servem como alvo para todos os anticorpos neutralizantes anti-SARS-CoV-2”.
Este medicamento está aprovado ou autorizado para utilização temporária em cerca de 50 países em todo o mundo. Remdesivir foi já utilizado em nove milhões de doentes em todo o mundo, incluindo 6,5 milhões de pessoas em 127 países de rendimento médio e baixo, através des programas de licenciamento específicos.
Trata-se de um antiviral standard of care para o tratamento de doentes hospitalizados com COVID-19, que “contribui para a diminuição da progressão da doença e permite que os doentes hospitalizados recuperem mais rapidamente, libertando recursos hospitalares limitados e poupando dinheiro aos sistemas de saúde”.