CUF cria abordagem inovadora no tratamento cirúrgico do cancro da próstata
Esta nova abordagem, que já está a ganhar reconhecimento internacional, vem, ainda, alargar os critérios que até agora determinavam quem poderia ser submetido a uma cirurgia robótica, tornando-a acessível a um maior número de doentes.
“Recentemente desenvolvemos e passamos a aplicar na CUF, a abordagem extraperitoneal que evita o contacto com as vísceras, como o intestino. A nova técnica, denominada de CUF Technique, quando em comparação com a técnica cirúrgica utilizada até então, por via intraperitoneal, apresenta um menor risco de complicações cirúrgicas e permite, por exemplo, que seja realizada a doentes com patologias respiratórias”, explica Estevão Lima, Coordenador de Urologia da CUF.
A nova técnica desenvolvida pelos urologistas da CUF é, ainda, a única que permite realizar uma prostatectomia assistida por robô em doentes com múltiplas cirurgias abdominais ou com história prévia de peritonites. Até ao surgimento desta nova técnica, estes doentes apenas podiam ser submetidos à cirurgia convencional.
“A abordagem que desenvolvemos garante, consequentemente, uma recuperação pós-operatória ainda mais rápida e menos dolorosa, sendo possível, muitas vezes, a sua realização em ambulatório, ou seja, sem necessidade de internamento”, refere o Urologista.
O desenvolvimento desta técnica tem vindo a merecer reconhecimento nacional e internacionalmente, nomeadamente, através de convites para demonstrações cirúrgicas ao vivo em congressos de urologia, nacionais e internacionais, e através da publicação da descrição da “CUF Technique” no livro de edição internacional “Springer Editorial”, dedicado exclusivamente à cirurgia prostática feita por robô.
O cancro da próstata é um dos mais incidentes e o quinto mais mortal. Pela dimensão da sua incidência urge uma contínua aposta em novas abordagens de tratamento. Nos últimos anos têm surgido várias inovações cirúrgicas, desde o recurso à laparoscopia, passando pela robótica. Em resultado destas novas técnicas, os riscos de comorbidades têm vindo a decrescer e agora, “com esta nova abordagem, conseguimos que a prostatectomia robótica seja ainda mais precisa, segura e esteja disponível para um maior número de doentes”, refere Estevão Lima.