Encontro de unidades de neonatologia debatem a (não) separação de pais-bebés prematuros
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“Separação Zero. Aja Agora! Mantenha juntos pais e bebés que nascem cedo demais” foi, de resto, o tema proposto pela European Foundation for the Care of Newborn Infants (EFCNI) para a comemoração, em 2021, do Dia Mundial da Prematuridade.
«Os resultados do inquérito levado a cabo pela EFCNI em mais de 56 países mostram que o impacto das restrições ao contacto dos pais com os seus bebés foi avassalador para as famílias», refere a organização do 1º Encontro IINNCare “Ligados pela Prematuridade”.
«A pandemia tem exigido um enorme e constante esforço de ajustamento das práticas, para poder, mesmo com as restrições de presença impostas durante a hospitalização, minimizar o impacto emocional da separação pais-bebé e garantir a capacitação dos pais. A inesgotável imaginação e criatividade dos enfermeiros e das equipas de saúde permitiu contornar muitos dos obstáculos ao contacto dos pais com o seu bebé. Algumas dessas novas práticas podem vir a ser alternativas úteis e viáveis, mesmo sem qualquer pandemia, nas situações em que a presença física de um ou de ambos os pais não é possível», sustenta a equipa de docentes/investigadores ligados ao projeto IINNCare, que integra Ananda Fernandes, Ana Perdigão, Manuel Gameiro e Jorge Apóstolo.
A ESEnfC/Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde está a assinalar, durante esta semana, o Dia Mundial da Prematuridade, com um conjunto de atividades, já iniciadas no dia 15 de novembro, que se estendem até dia 22. Mais de 75% das crianças prematuras podem ser salvas Estudantes da licenciatura, bem como do mestrado em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria, levaram a cabo iniciativas de sensibilização da comunidade educativa para a prevenção dos nascimentos prematuros e suas complicações.
A prematuridade constitui, a nível global, a primeira causa de morte antes dos 5 anos de idade. Com tendência crescente, um em cada dez bebés, em média, nasce prematuramente em todo o mundo, o que corresponde a quinze milhões de recém-nascidos por ano. Destes, cerca de um milhão não irá atingir os cinco anos de idade.
A desigualdade nas taxas de sobrevivência, dependendo do ponto do globo onde se nasce, são alarmantes. Nos países de baixa renda, metade dos bebés nascidos com menos de 32 semanas de gestação irá morrer, enquanto nos países de alta renda quase todos terão chance de sobreviver. Contudo, mais de 75% dos bebés podem ser salvos com medidas simples e de baixo custo, como a assistência pré-natal, o contacto materno pele-a-pele e a amamentação. A implementação destas medidas permitirá prosseguir os resultados já alcançados, cumprindo o objetivo de acabar com as mortes evitáveis até 2030, integrado nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.