Incidência tem aumentado nos últimos anos

Diabetes na criança

Atualizado: 
12/11/2021 - 11:35
A diabetes nas crianças é uma doença crónica cada vez mais comum. A sua incidência tem aumentado nos últimos anos e surgido em idades mais precoces. A diabetes tipo 1 é a forma mais frequente em crianças e surge porque o pâncreas não tem capacidade para produzir insulina (hormona que controla o açúcar no sangue).

Esta é uma doença impossível de prevenir, mas detetar precocemente a diabetes infantil contribui para o seu rápido controlo, o que permitirá à criança manter uma vida igual à de todas as outras. Assim, os pais devem ficar atentos aos seguintes sinais:

  • Apetite e sede excessivos
  • Urinar com muita frequência em grande quantidade
  • Emagrecimento
  • Cansaço

Em crianças muito pequenas, estes sintomas são difíceis de valorizar e podem manifestar-se, por, por exemplo, a criança voltar a usar fralda de noite.

Em caso de suspeita de diabetes, deve ser contactado o médico que acompanha a criança ou outro, em caso de indisponibilidade. Este confirmará os sintomas, examinará a criança e pedirá uma avaliação da glicemia em laboratório. Confirmado o diagnóstico, o acompanhamento deve ser feito por equipas multidisciplinares: médico, nutricionista, enfermeiro e psicólogo.

Controlo da diabetes na criança

A insulina, o exercício físico e a alimentação saudável são os pilares do tratamento da diabetes (tipo 1) na criança. A falta de controlo dos níveis de açúcar e o esquema inadequado de insulina impedem o equilíbrio metabólico e, nesse caso, a criança corre o risco de descompensação aguda, alterações do desenvolvimento e complicações a longo prazo (nos olhos, rins, coração e vasos sanguíneos).

A criança com diabetes deve:

  • Fazer a avaliação regular da glicemia (diurna e noturna).
  • Fazer a avaliação nutricional dos alimentos ingeridos (nomeadamente com contagem dos hidratos de carbono).
  • Administrar insulina antes de todas as principais refeições, além da insulina basal (de ação prolongada ou intermédia).
  • Contabilizar os açúcares presentes nas bolachas, refrigerantes, etc.

Tal como outras crianças, deve:

  • Diminuir a ingestão de gorduras saturadas (fritos, margarina, manteigas).
  • Incluir sempre vegetais e fruta nas principais refeições.
  • Praticar 60 minutos de exercício físico por dia.

Na escola

A criança com diabetes necessita da gestão adequada da administração de insulina, da alimentação e da atividade física ao longo de todo o dia. Como muitas horas são passadas na escola, é fundamental envolver a comunidade escolar no tratamento. Assim, a direção da escola, o professor ou educador devem ter conhecimento de que a criança tem diabetes, saber como medir a glicemia, tratar a hipoglicemia e injetar insulina.

A equipa escolar deve também ajudar a criança a fazer a contagem de hidratos de carbono às refeições. Esta contagem consiste, de uma forma simplificada, na identificação dos alimentos que contêm este nutriente e sua contabilização.

Ao longo do ano letivo existem muitos dias especiais, como aniversários ou visitas de estudo, eventos importantes para a integração, autoestima e bem-estar da criança com diabetes. É indispensável o planeamento destas atividades, tendo em conta o horário e tipo de refeições, de modo a ajustar os esquemas de insulina e de vigilância da glicemia. A estreita colaboração entre escola, pais e profissionais de saúde é fundamental para o controlo da diabetes na criança.

 

*Este artigo Médis foi preparado e validado com a colaboração de: 

Prof. Doutor João Filipe Raposo Presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia

Fontes utilizadas:
https://www.cuf.pt/mais-saude/diabetes-nas-criancas-o-que-precisa-de-saber
https://www.lusiadas.pt/blog/criancas/obesidade-infantil/diabetes-crianca-sinais-alarme 
https://www.dgs.pt/documentos-e-publicacoes/criancas-e-jovens-com-diabetes-mellitus-tipo-1-manual-de-formacao-para-apoio-aos-profissionais-de-saude-e-de-educacao-pdf.aspx
https://apdp.pt/noticias/diabetes-tipo-1-na-escola/

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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