O que precisa saber

Trombose: dos fatores de risco ao tratamento

Atualizado: 
13/10/2021 - 12:54
Embora possa ser assintomática, dependendo da sua localização, a Trombose Venosa Profunda manifesta-se, habitualmente, por edema, vermelhidão, dor ou desconforto na perna e aumento da temperatura. Para o ajudarmos a entender os riscos de uma condição que atinge mortalmente uma em cada quatro pessoas, anualmente, em todo o mundo, contamos com a ajuda do Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT).

Entender a trombose

Segundo o GESCAT, a Trombose “é uma condição na qual os coágulos de sangue se formam (em geral) nas veias profundas das pernas, virilha ou braços, causando uma Trombose Venosa Profunda (TVP)”.

Quando não é prevenida ou quando o seu diagnóstico não é feito atempadamente, esta pode progredir, “levando à rutura do coágulo, o qual pode migrar até os pulmões e causar uma Embolia Pulmonar (EP)”.

A EP é uma situação grave e que precisa de atendimento medico de emergência. “Juntos, a TVP e a EP formam o que conhecemos como Tromboembolismo Venoso (TEV). TVP + EP = TEV. Esta condição médica perigosa, frequentemente ignorada e potencialmente fatal, contribui para a morte de 1 em cada 4 pessoas em todo o mundo”, esclarece o Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT).

Sinais e sintomas

Quando um coágulo se forma nas veias da perna dá-se aquilo a que se designa de Trombose Venosa Profunda (TVP)

Entre os sinais de alerta para a TVP, o GESCAT destaca:

  • Dor ou desconforto na barriga da perna ou coxa;
  • Inchaço da perna, pés ou tornozelos;
  • Vermelhidão local;
  • Aumento da temperatura da perna;
  • Sensação de pele esticada;
  • Rigidez da musculatura na região onde que se formou o trombo.

Quando o coágulo formado na perna se rompe e vai até o pulmão, temos a Embolia Pulmonar (EP). Os sinais de alerta são:

  • Dor no peito (que pode piorar com a inspiração);
  • Falta de ar inexplicável e/ou respiração rápida;
  • Frequência cardíaca acelerada;
  • Vertigens/tonturas e/ou desmaios.

O Tromboembolismo Venoso (TEV), considerada uma condição médica perigosa e potencialmente fatal, resulta da combinação de Trombose Venosa Profunda (TVP) e da sua maior complicação, a Embolia Pulmonar (EP).  

De acordo com o Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT), “o TEV pode ocorrer sem qualquer sinal de aviso e pode passar despercebido e não ser diagnosticado corretamente por um profissional de saúde. Os sintomas que aparecem podem estar associados à TVP ou à EP”.

Causas e Fatores de risco

Entre os principais fatores de risco para o Tromboembolismo Venoso, o GESCAT destaca:

  • Hospitalização
  • Cirurgia
  • Cancro / Quimioterapia
  • Imobilização prolongada
  • Acidentes e Traumatismos
  • História familiar de TEV
  • Pílula anticoncecional
  • Gravidez
  • Obesidade
  • Consumo excessivo de álcool
  • Tabagismo

Trombose associada ao Cancro (TAC)

A Trombose Associada ao Cancro é uma importante causa de morbidade e mortalidade. O risco de TEV em doentes oncológicos é 4 a 6 vezes superior que na população em geral. “Este é um dado impressionante, mas que deve ser conhecido por doentes em tratamento oncológico para o cancro”, salienta o Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT).  Embora nem todos os fatores sejam conhecidos, os principais determinantes do risco para a TAC incluem os tumores no cérebro, pulmões, estômago, pâncreas, linfomas, rins e ovário, entre outros.

Prevenção

Os cuidados diários para a prevenção incluem atitudes simples como evitar ficar muito tempo sentado sem se movimentar, a necessidade de praticar exercício físico regularmente, manter uma alimentação equilibrada, manter o peso, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, principalmente se associadas ao cigarro e ao uso de anticoncecionais, em viagens longas utilizar sempre roupas e sapatos confortáveis e fazer uso de meias elásticas caso tenha algum histórico pessoal ou familiar de formação de coágulos sanguíneos. Quando surgem alguns destes sintomas, é fundamental procurar ajuda junto do médico assistente.

Diagnóstico e tratamento

O Presidente do GESCAT alerta que, ao identificar os principais sintomas da trombose, é necessário procurar imediatamente ajuda médica para confirmar o diagnóstico da trombose suspeita e começar rapidamente o tratamento da doença. “Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento da trombose venosa profunda deve começar imediatamente para impedir o crescimento do coágulo sanguíneo, impedir que o coágulo avance para outras regiões do corpo e, assim, evitar uma possível embolia pulmonar. O tratamento pode contemplar anticoagulantes para impedir que os coágulos sanguíneos se desloquem para os pulmões e meias de compressão para melhorar o edema causado pela trombose”, explica em comunicado.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
Grupo de Estudos de Cancro e Trombose (GESCAT)
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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