Outubro Rosa: o mês de prevenção ao cancro de mama, também serve de alerta à doença de Alzheimer onde elas sofrem maior risco
Estudos recentes comprovam que as mulheres correm mais risco de sofrerem da doença de Alzheimer do que os homens. Esse é o resultado de diversos estudos sobre o assunto que foram analisados pelo neurocientista, psicanalista e biólogo Fabiano de Abreu: “O cérebro deles é maior do que o delas e está aí a relação”, aponta.
Fabiano explica que diversas pesquisas foram feitas e explica o resultado: “Foram medidas as circunferências das cabeças de várias pessoas, sendo que aquelas que tinham a cabeça menor, e consequentemente o cérebro menor, apresentaram mais casos de demência e Alzheimer do que as outras”.
Além disso, existe um componente genético chamado APOE-£4, e ele é crucial para o desenvolvimento dessas doenças. “Os estudos provaram que quem tinha a circunferência da cabeça maior teve o efeito negativo deste alelo atenuado. É preciso ficar atento quando há início precoce dos sintomas, pois isso pode representar um risco mais elevado da pessoa sofrer com demência mais precoce futuramente”, explica.
Importa lembrar que os primeiros sinais podem parecer simples, mas merecem a devida atenção: “Dificuldade para lembrar factos recentes, mas consegue se lembrar facilmente do que aconteceu no passado. A pessoa acha difícil acompanhar conversas ou programas de TV, esquece nomes de amigos bem próximos ou de objetos que usa todos os dias, além de não conseguir lembrar as coisas que ouviu ou leu. Se percebeu algumas destas situações, é bom procurar um neurologista”, observa Fabiano.
Outro detalhe que o neurocientista observa é que a relação da patologia de Alzheimer com o diagnóstico clínico difere de forma significativa entre homens e mulheres. “Cada unidade adicional de patologia foi associada com um aumento de 3 vezes nas hipóteses de demência por Alzheimer em homens. Nas mulheres, este índice foi associado com um aumento de 20 vezes para demência por Alzheimer”.
Seja por fatores genéticos ou hormonais, o neurocientista recomenda que a prevenção ainda é um caminho a ser seguido: “Estude, leia, mantenha a mente sempre ativa. Faça exercícios como aritmética ou palavras cruzadas, não fume, mantenha uma alimentação saudável e realize atividades físicas. São atitudes simples do cotidiano, mas podem trazer uma bela diferença e te prevenir de tantos problemas como os que são causados pelas doenças neurodegenerativas”, completa.