Reino Unido vai avançar com a vacinação de crianças em risco de adquirir quadros graves de Covid-19
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Sajid Javid disse ter aceitado o parecer do Comité Misto Independente de Vacinação e Imunização (JCVI), que descartou, para já, a vacinação em massa de crianças saudáveis.
O movimento significa que milhares de crianças no Reino Unido com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos com neuro-incapacidades graves, síndrome de Down, imunossupressão, múltiplas ou graves dificuldades de aprendizagem podem aceder à vacina.
Outras condições, como a diabetes tipo 1, não estão atualmente incluídas na lista.
Sob as orientações existentes, os jovens entre os 16 e os 17 anos com condições de saúde subjacentes que os colocam em maior risco de desenvolver Covid-19 grave já deveriam ter sido vacinados.
Entretanto, o JCVI disse ainda que as crianças, entre os 12 e os 17 anos, que vivem com pessoas com sistemas imunitários enfraquecidos, como um pai ou um avô, devem receber uma vacina COVID-19.
A vacina Pfizer/BioNTech é a única vacina autorizada para crianças no Reino Unido com idade igual ou superior a 12 anos.
“O nosso regulador independente de medicamentos, a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde, aprovou a vacina Pfizer/BioNTech para pessoas com idade igual ou superior a 12 anos, uma vez que cumpre os seus robustos padrões de segurança, eficácia e qualidade”, referiu Javid em comunicado.
Um ensaio clínico dos EUA em cerca de 1.000 crianças entre os 12 e os 15 anos descobriu que se os jovens sofressem efeitos secundários, estes seriam apenas de curta duração e leves.
O professor Adam Finn, professor de pediatria na Universidade de Bristol, informou em comunicado que se tratava de uma "decisão baseada em evidências" que será "constantemente" mantida sob revisão.
Acrescentou que a decisão da recomendação surgiu depois de a Pfizer ter anunciado os resultados do seu estudo sobre a vacina em crianças no mês passado.
"O vírus raramente afeta seriamente as crianças, especialmente as crianças que são saudáveis. As mortes e casos graves que temos visto nas crianças têm, na maior parte das vezes, sido em crianças com uma série de condições subjacentes que parecem predispô-los a doenças graves.
"Na verdade, essas crianças são um grupo muito mais pequeno do que aqueles que nós concebemos inicialmente. Estes podem estar em risco e ser designados, clinicamente, como extremamente vulneráveis. É fundamental que o consentimento informado seja obtido de forma cuidadosa tanto dos pais como da própria criança”, acrescentou.