Mais de 20 milhões de crianças ficaram por vacinar em 2020 devido à pandemia
Cerca de 17 milhões de crianças provavelmente não receberam uma única vacina durante o ano. "A maioria destas crianças vive em comunidades afetadas por conflitos, em locais remotos mal servidos, ou em ambientes informais ou de favelas, onde enfrentam múltiplas privações, como o acesso limitado a serviços básicos de saúde e serviços sociais críticos", explica a ONU.
De acordo com os dados divulgados, as perturbações nos serviços de imunização foram generalizadas em 2020, com as regiões do Sudeste Asiático e do Mediterrâneo Oriental a serem as mais atingidas. À medida que o acesso aos serviços de saúde e a disseminação da imunização diminuíram, o número de crianças que não receberam sequer as primeiras vacinas aumentou em todas as regiões.
Antes da pandemia, as taxas globais de vacinação infantil contra difteria, tétano, tosse convulsa, sarampo e poliomielite estagnaram durante vários anos em cerca de 86%, bem abaixo dos 95% recomendados para proteger contra o sarampo e insuficientes para parar outras doenças evitáveis pela vacina.
Os dados oficiais indicam que, globalmente, a taxa de vacinação com as três doses contra difteria, tétano e tosse convulsa (DTP) caiu para 83% em 2020, o que significa que 22,7 milhões de crianças ficaram desprotegidas.
A primeira dose contra o sarampo foi inoculada em 86% em 2019, acima dos 84% em 2020, afetando 22,3 milhões de crianças. Para a segunda dose, a taxa foi de 71% (70% em 2019).