Trabalho de reumatologista do CHL premiado no Congresso Europeu de Reumatologia

De acordo com o centro hospitalar, a investigação de Diogo Jesus versa sobre o Lúpus Eritematoso Sistémico (LES), uma doença reumática inflamatória, multissistémica que pode envolver todos os sistemas de órgãos, e cujo tratamento deve ser ajustado de acordo com a intensidade de atividade da doença e ter como objetivo a remissão.
Segundo o CHL, atualmente, as definições de remissão e de atividade de doença são maioritariamente baseadas no Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index 2000 (SLEDAI-2K), o índice de atividade mais utilizado na prática clínica e ensaios clínicos. No entanto, acrescenta em nota de imprensa, “o SLEDAI-2K apresenta limitações importantes: não inclui manifestações clínicas relevantes como o envolvimento pulmonar, gastrointestinal ou a anemia hemolítica, e os seus itens são pontuados de forma dicotómica, como presentes/ausentes, não permitindo avaliar melhorias ou agravamentos parciais dentro de cada item”
“Recentemente, o nosso grupo de trabalho desenvolveu e publicou um novo índice de avaliação da atividade do lúpus, o SLE-DAS (Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Score), que demonstrou maior acuidade na mensuração da atividade do LES e maior sensibilidade para detetar variações de atividade comparativamente ao SLEDAI-2K”, explica Diogo Jesus, também doutorando em Medicina pela Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior.
O reumatologista do CHL destaca ainda que, “no trabalho agora premiado, demonstrámos que o SLE-DAS tem uma elevada performance para identificar doentes com lúpus em remissão e nas diferentes categorias de atividade de doença. Estes resultados são muito relevantes, uma vez que indicam que o SLE-DAS é uma ferramenta útil para orientar o tratamento dos doentes com lúpus na prática clínica diária, pode ajudar na identificação de candidatos para ensaios clínicos, e poderá melhorar as medidas de outcome dos ensaios clínicos.”