Conheça o melhor tipo de calçado para miúdos e graúdos
Ao serem os constituintes do corpo humano que estabelecem diretamente o contacto com o solo, os pés oferecem estabilidade, suportam as agressões do terreno e absorvem os impactos quando caminhamos, corremos ou saltamos. Neste sentido, é fácil de percebermos a importância de protegermos os nossos pés, sendo esta a principal função do calçado.
Com a missão de preservar a integridade dos pés, os sapatos devem oferecer conforto e um bom suporte (com apoio na zona do arco do pé), proteger os pés dos fatores ambientais, evitar a sua exposição a riscos, como objetos pontiagudos e superfícies desconfortáveis, proporcionar uma boa tração, ajudando a prevenir as quedas, e amortecer os impactos dos pés com o solo.
Contrariamente a isso, o calçado pode funcionar como um agente agressor, pois optar por uns sapatos com as características erradas pode prejudicar a saúde e o desempenho do pé. Isto porque a utilização de calçado inadequado contribui para o surgimento de desconforto e dores, bem como para o desenvolvimento de lesões e deformidades nos pés, podendo, consequentemente, surgir problemas nos joelhos, ancas e costas.
Recomendações comuns para todas as idades
Para prevenir problemas podológicos, o sapato deverá ser adaptado à morfologia e tamanho do pé, uma vez que a utilização de calçado apertado, além do surgimento de dores, pode causar bolhas, calosidades, unhas encravadas e joanetes, tal como outros problemas a longo prazo. Particularmente no caso das crianças, dado que os seus pés estão em contínuo desenvolvimento e são frágeis, é de extrema importância que os pais verifiquem regularmente se o calçado se ajusta corretamente ao comprimento e à largura do pé, e que dispõe de espaço suficiente para que a criança possa mexer todos os dedos livremente.
Neste sentido, e tendo em conta que o volume do pé se altera ao longo do dia, saiba que o calçado deve ser comprado ao final da tarde, altura em que os pés estão inchados. Os nossos pés também não permanecem imóveis dentro do calçado, pelo que, para acompanhar o seu deslocamento ao caminhar, deverá existir uma margem de cerca de um centímetro, entre a ponta do calçado e a ponta do dedo grande. Já os sapatos excessivamente largos são um fator de risco para alterações ao nível da musculatura do pé e também causam desconforto, sendo que, devido à combinação entre pressão e fricção, podem levar igualmente ao surgimento de bolhas.
Para evitar as bolhas e calosidades, os materiais flexíveis e maleáveis devem ser a primeira escolha, assim como os materiais respiráveis que, por permitirem a ventilação do pé, deixando o ar circular e contribuindo para a absorção e evaporação da transpiração, ajudam a evitar o surgimento de micoses. Disso é exemplo o calçado em pele.
No respeitante à altura do calçado, esta não deve ultrapassar os quatro centímetros, de modo a evitar o risco acrescido de entorses, joanetes e inflamações, bem como a adoção de uma posição pouco natural do pé e alterações ao nível da postura, o que contribui para as dores nas costas.
Que características deve ter o calçado das crianças?
O pé infantil está em contínuo desenvolvimento musculosquelético e, por isso, a utilização de calçado adequado é fundamental para evitar impactos significativos para a saúde das crianças, que vão desde as reações cutâneas até às alterações estruturais, comprometendo a forma e a funcionalidade do pé. Além da comodidade, existem outros fatores que deve ter em conta:
- A sola deverá ser resistente e flexível, de modo a permitir a mobilidade do pé, antiderrapante e relativamente fina, sem perder a capacidade de amortecer o impacto dos pés com o solo;
- O sapato deverá ainda comportar os dedos na sua posição natural;
- Para uma maior estabilidade do pé, o calçado da criança deverá possuir reforço na zona do calcanhar e os atacadores devem estar sempre bem apertados;
- Os sapatos devem ficar abaixo dos tornozelos;
- O calçado deve possuir apoio lateral.