Todas as crianças com suspeita de asma devem ser avaliadas e tratadas de acordo com as recomendações internacionais
De acordo com os dados nacionais, cerca de metade das crianças com asma não terá a sua doença controlada. Um dos maiores obstáculos para alcançar o controlo resultará da fraca perceção do impacto real da asma na qualidade de vida da criança, e das limitações que advêm da ausência de controlo, em atividades características desta faixa etária, como rir, correr e brincar. A má perceção dos sintomas por parte das crianças e dos pais, origina subdiagnóstico, subtratamento e não adesão à terapêutica.
A asma não controlada associa-se com faltas escolares da criança, laborais dos pais, mais consultas médicas, mais idas aos serviços de urgência, maior número de internamentos hospitalares, e potencialmente, com maior mortalidade por asma.
Uma preocupação dos efeitos a longo prazo é que a asma esteja associada com obstrução fixa das vias aéreas, anos mais tarde, já na idade adulta. Na criança, este risco associa-se sobretudo com a asma não controlada, que contribuirá para o um crescimento pulmonar anormal.
Controlar a asma implica tratá-la de forma adequada. O tratamento da asma compreende dois tipos de medicamentos: a medicação de controlo (especialmente anti-inflamatórios – corticosteroides inalados) que deve ser tomada de forma regular para prevenir o aparecimento dos sintomas, melhorar a função pulmonar e prevenir as crises; e a medicação de alívio (broncodilatadores de ação rápida) para o tratamento das crises.
Neste dia da criança, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), alerta para a necessidade de que todas as crianças com suspeita de asma sejam avaliadas e tratadas de acordo com as recomendações internacionais da Global Initiative for Asthma (GINA). O tratamento adequado da asma contribuirá para uma melhor qualidade, e constituirá um investimento na saúde futura da criança.