Cimeira do Clima termina com apelo à ação da sociedade no pós-Covid
"Estamos num momento importante para um novo e arrojado mundo ", disse Muhammad Yunus, laureado com o Prémio Nobel da Paz em 2006 pelo seu trabalho com microcréditos. "Vamos aproveitar esta oportunidade para reconfigurar a sociedade pós-Covid e impulsionar um futuro mais justo e verde. Podemos construir um mundo onde os pobres não continuem a ser vítimas do aquecimento global. A tecnologia existe, o desejo das pessoas existe e o mundo espera que os chefes de Estado ajam."
"Cada vez mais países declaram as alterações climáticas um problema de segurança nacional", alertou Jody Williams, laureada com o Prémio Nobel da Paz em 1997, alertando para a sua campanha para proibir as minas antipessoais. "Precisamos de substituir este quadro de segurança nacional - que significa armas e guerra - pelo da segurança humana, onde responder às necessidades básicas, incluindo um ambiente saudável, é primordial."
"Precisamos de um conceito de unidade para os mais de 7 mil milhões de humanos", disse o Dalai Lama. "Vivemos no mesmo planeta, o nosso modo de vida é basicamente o mesmo e devemos pensar mais como "nós, a humanidade", que como "a minha nação" ou "o meu país".
O ex-vice-presidente dos EUA Al Gore falava na abertura da cimeira e afirmou sentir-se "mais otimista do que nunca" desde que iniciou a sua cruzada pessoal com «Uma Verdade Desconfortável». "Tenho uma legítima esperança de estarmos à beira do ponto de viragem definitivo das alterações climáticas que esperamos há tanto tempo", disse Gore.
"Estamos, de facto, na primeira fase de uma verdadeira revolução de sustentabilidade", acrescentou o Prémio Nobel da Paz em 2007. "Em 90% dos países as energias renováveis já são mais baratas do que os combustíveis fósseis, e certamente chegaremos a 100% ao longo da década, e isso servirá para deslocar permanentemente o carvão e o gás. Isto era impensável quando o acordo de Paris foi assinado."