Doença de Parkinson: a segunda doença neurodegenerativa mais comum
A Doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum e cursa, devido à degeneração e morte de um grupo particular de neurónios, com níveis anormalmente reduzidos de um neurotransmissor chamado dopamina. Caracteriza-se pela presença de sintomas motores (principalmente lentificação dos movimentos, rigidez e tremor de repouso) e não-motores (como alterações do humor, do sono ou da cognição, por exemplo).
Existem diversos tratamentos disponíveis, incluindo vários tipos de medicamentos que procuram repor os níveis de dopamina ou substituir a sua função. Em casos selecionados pode recorrer-se a intervenções cirúrgicas, entre as quais a estimulação cerebral profunda é a mais comum. Infelizmente não há, para já, uma cura ou mesmo uma forma de impedir que a doença venha a progredir com o tempo.
Nem tudo se resume a medicamentos
Em relação a tratamentos, nem tudo se resume a medicamentos e intervenções cirúrgicas. A adoção de um estilo de vida saudável e equilibrado deu já provas de ter utilidade neste contexto, não só em termos de melhoria de sintomas para quem tem Doença de Parkinson, mas também em termos de prevenção e de diminuição do risco de vir a padecer da doença. Permita-me então que deixe aqui dois conselhos que julgo serem de préstimo para todos.
Coma com qualidade
Mais do que reforçar o consumo de um ou outro alimento em particular, os dados científicos disponíveis sugerem que a adoção de uma dieta saudável em geral pode ser a atitude com maior benefício, sobretudo em termos de prevenção.
Neste ponto, em Portugal, temos a tarefa facilitada, uma vez que a dieta mediterrânica (assentando no consumo frequente de produtos vegetais e de peixe, no azeite como principal fonte de gordura e na água como principal bebida) é precisamente aquela que deve encorajada. Não há desculpas…
Ainda em relação à dieta, outra das medidas recomendadas e comprovadas cientificamente é o consumo de cafeína, seja na forma de café ou de chá, estando esta associada a uma redução (que em alguns estudos chegou aos 25-30%) no risco de Doença de Parkinson.
Mexa-se
É hoje consensual que a atividade física tem um benefício significativo no âmbito da Doença de Parkinson, seja como medida de prevenção ou como parte da sua abordagem terapêutica. Qual é a melhor atividade física? Quantas vezes e por quanto tempo? Em que situações?
Devido à heterogeneidade dos estudos já desenvolvidos torna-se difícil a formulação de recomendações uniformes relativamente ao tipo, frequência e intensidade de atividade física adequada para cada fase da doença. A boa notícia é que há várias opções por onde escolher.