Grupos de trabalho contra a Covid-19 devem contemplar associações de doentes, diz APDP

Para José Manuel Boavida, presidente da APDP “As associações, pela sua génese, têm de ser parceiras pois ajudam a compreender a experiência de conviver com uma doença ou condição nas atuais circunstâncias de pandemia. Contudo, continuam sem ser integradas nos processos de tomada de decisão em saúde e no seu acompanhamento”, defendendo que “um envolvimento real das associações evitaria muita da atual confusão e descoordenação das mensagens transmitidas, porque as associações, ao trabalharem com as pessoas diretamente nas comunidades, numa relação de proximidade que as entidades oficiais e governamentais nem sempre conseguem garantir, são mais sensíveis e pragmáticas na abordagem das dificuldades no combate à Covid-19.”
O presidente da associação chama ainda a atenção para os bons exemplos existentes, como a testagem em múltiplas empresas, autarquias e na própria Assembleia da República. Não podendo deixar de referir a adesão a uma estratégia de testagem da Câmara Municipal de Lisboa (CML), declarou que “ao anunciar a testagem gratuita quinzenal em colaboração com as farmácias e freguesias com recurso a testes rápidos de antigénio, o Município de Lisboa dá um bom passo em frente na tão defendida política de testagem massiva”. “E nessa estratégia recebemos a concordância do Sr. Presidente da CML para a integração da APDP na testagem aos seus utentes. Esperamos que seja um exemplo para muitas autarquias integrarem as associações e organizações da sociedade civil na sua ação de combate à Covid-19.”
“Se conseguirmos testar as mais de duzentas pessoas que nos procuram diariamente, estaremos a contribuir muito seriamente para a proteção e confiança da população que defendemos e pretendemos ajudar”, conclui José Manuel Boavida.
A APDP reitera a sua disponibilidade para colaborar no esforço nacional contra a covid-19, reforçando a importância de incluir a participação e a voz das associações do mundo civil, enquanto organizações que trabalham com as pessoas e que conhecem as suas necessidades, acrescentando valor em todas as fases de desenvolvimento e avaliação de políticas relacionadas com a saúde.