Campanha nacional apela à realização do rastreio do cancro colorretal
De acordo com os dados da International Agency for Research on Cancer, 90% dos casos são detetados a partir dos 50 anos e 85% surgem sem qualquer relação de histórico familiar. Se este tipo de cancro for detetado numa fase inicial, a taxa de sobrevivência é de 90%, enquanto que se for descoberto num estado mais avançada as hipóteses de sobrevivência caiem para 10%, segundo o Global Cancer Observatory.
Em Portugal, só o ano passado, foram diagnosticados 10501 novos casos deste tipo de cancro. Ou seja, 28 casos por dia. Ao todo, em igual período, registaram-se 2972 mortes.
Na sequência da pandemia, os rastreios CCR foram suspensos durante alguns meses o que, de acordo com a entidades envolvidas nesta campanha, “irá ter, num futuro próximo, consequências dramáticas”. De acordo com as estimativas da Liga Portuguesa Contra o Cancro, mais de mil cancros colorretal.
“Com o objetivo de contribuir positivamente para uma alteração estrutural do panorama atual”, esta ação, desenvolvida no âmbito de uma política de responsabilidade social corporativa da Médis e das Farmácias Portuguesas, à qual a Fundação Ageas se associou, assenta no lançamento de um movimento nacional chamado “50+”.
“Esta é uma campanha desenvolvida com o objetivo de colocar o foco na importância de fazer uma deteção precoce através de um processo muito simples de testagem”, referem em comunicado. “O processo está acessível a todos os interessados através da obtenção de um kit de pesquisa de sangue oculto nas fezes. Destina-se a pessoas entre os 50 e os 74 anos, assintomáticas, sem histórico de neoplasia e/ou pólipos colorretais, doença inflamatória intestina ou história familiar em 1º ou 2º grau de contro colorretal ou adenoma”.
Katrien Buys, Diretora de Estratégia, Inovação e Sustentabilidade do Grupo Ageas Portugal, reforça que “num momento em que os rastreios e a prevenção passaram para segundo plano, fruto das circunstâncias, é imperativo trabalhar para ajudar a prevenir aquela que é considerada a terceira causa de morte por cancro no mundo. Precisamente por este motivo, a Fundação Ageas, em conjunto com a Médis, as Farmácias Portuguesas, a Fundação Millennium bcp e a Fundação Calouste Gulbenkian, procuraram encontrar uma solução fácil, simples e acessível a todos os portugueses, de apoiar na deteção precoce do cancro colorretal”.
Para tal, os interessados só têm de se deslocar a uma das farmácias que participam na iniciativa e aderentes à rede de prestadores da Médis para solicitar um kit, que vem acompanhado de um livro de banda desenhada alusivo ao tema, da autoria do Dr. Luc Colemont, que fundou a associação belga sem fins lucrativos ‘Stop Darmkanker’ (Stop Cancro Colorretal), e ilustrado por Mario Boon.
Após a colheita das amostras de fezes, estas devem ser entregues na farmácia onde foi requisitado o kit da campanha e, com base no resultado, o farmacêutico irá aconselhar sobre os passos seguintes a serem tomados.
O kit tem o custo simbólico de 5€, sendo que os primeiros 4 mil vão ser oferecidos pela Fundação Ageas. Para todos os clientes Médis, os kits são totalmente grátis.
A Câmara Municipa de Cascais juntou-se ao movimento, adquirindo rastreios para oferecer aos seus residentes e a Trivalor, a Super Bock e a Inter Partner Assistance Portugal para oferecer aos seus colaboradores.
A Fundação Ageas vai ainda oferecer kits de rastreio a algumas instituições de solidariedade social parceiras.