Cirurgia Estética

Lifting das coxas internas

Atualizado: 
25/02/2021 - 10:07
Nos últimos anos tem-se assistido a uma procura crescente de procedimentos cirúrgicos estéticos. Esta procura resulta de uma massificação do conhecimento através da divulgação das técnicas pelos profissionais de saúde, mas são as redes sociais que ao abranger de uma forma simples um grande universo de população que têm promovido a grande divulgação destes procedimentos cirúrgicos até há poucos anos desconhecidos.

O lifting das coxas internas é atualmente requisitado por pacientes que sofreram perdas de peso pós emagrecimento ou pós cirurgias bariáticas e, também por aqueles que após a menopausa ou andropausa começam a notar as alterações do envelhecimento cutâneo com flacidez e excesso de pele na face interna das pernas.

O lifting das coxas é realizado nas coxas internas uma vez que o tecido conjuntivo da face interna das pernas é mais laxo que o tecido da face externa pelo que as alterações do contorno são mais evidentes na face interna das coxas e, assim, irá condicionar as futuras cicatrizes.

Estes pacientes referem desconforto com a marcha, incapacidade de usar roupa justa bem como prurido vulgarmente dito de assadura na face interna das coxas e virilhas.

Os primeiros procedimentos efetuados consistiam numa incisão elítica transversal na face interna das virilhas cujo comprimento vai desde o púbis até à prega perianal. Dado o alargamento das cicatrizes, deformação vulvar além da excisão elítica foi associada também a suspensão dos tecidos inferiores da coxa à fáscia aponevrótica da virilha designada de fáscia de Colles. Sempre que existe flacidez de toda a coxa deverá ser realizada, em simultâneo com a excisão transversal na virilha, uma excisão elítica vertical desde a virilha até à face interna do joelho. O tamanho da cicatriz será tanto maior ou menor dependente da flacidez cutânea da coxa. Na maioria dos casos é necessário associar lipoaspiração para melhorar o contorno.

Muito pacientes consideram que o lifting das coxas é uma técnica simples que consiste apenas na remoção de pele. Na perspetiva do cirurgião plástico trata-se de uma técnica cirúrgica laboriosa demorando cerca de 3h e que exige um perfeito conhecimento da anatomia do membro inferior de modo a evitar comprometer a circulação sanguínea a e linfática da coxa; as marcações cirúrgicas são minuciosamente realizadas de modo a que se tornem praticamente invisíveis; preferencialmente os pontos são reabsorvíveis pelo que não é necessário a sua remoção.

No pós-operatório são aconselhadas meias de compressão durante 1 mês de modo a minimizar o edema, sendo necessário evitar o exercício físico durante 2 a 3 meses.

Nas complicações mais frequentes falamos das cicatrizes, pois estas dependem da qualidade e textura da pele e de um pós-operatório correto. É aconselhado um peso estável sempre que se realize um procedimento estético de modo a evitar alterações ao resultado da cirurgia.

Autor: 
Dra. Margarida Henriques – Cirurgiã Plástica
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Clínica Milénio