Principais estratégias para combater o stress
Definir “stress” não é uma tarefa fácil, pois existem inúmeras definições, de outros tantos autores.
Comecemos por referir que o stress sempre fez parte do cotidiano do ser humano, desde quando o homem tinha de se proteger dos animais selvagens, até os nossos dias, em que tem que confrontar-se com problemas de naturezas, aparentemente, bem diferentes. Com efeito, o homem contemporâneo vivencia situações que representam fontes de stress, nomeadamente:
- falta de tempo,
- competição no mercado de trabalho,
- diversas pressões sociais,
- preocupações económicas,
- cuidar de pessoas com incapacidade ou doença grave,
- sentir-se preso num relacionamento ou emprego insatisfatórios,
- traumas de infância não resolvidas.
Ou seja, o stress faz parte das relações do homem com o seu mundo exterior.
Assim, o stress mais não é que, “o desequilíbrio, real ou tomado pelo próprio indivíduo, entre as imposições das circunstâncias nas quais esse indivíduo se encontra e a sua capacidade de reagir e de adaptação a essas mesmas exigências”.
Por outras palavras, numa situação de stress, existe uma ameaça real ou aparente, em relação ao estado de equilíbrio do indivíduo. Nesta sequência, desencadeia-se um conjunto de mecanismos fisiológicos, psicológicos e comportamentais, os quais constituem o esforço de adaptação às exigências externas, de forma a fazer face àquela ameaça. Tal como no passado longínquo da humanidade, quando nos sentimos em perigo, as defesas do organismo reagem rapidamente, num processo automático, conhecido como a reação de "luta ou fuga” ou de “congelamento", libertando uma mistura complexa de substâncias químicas de modo a preparar o corpo para a ação a tomar.
Porém, a manutenção de um estado de stress por vários e longos períodos pode ser prejudicial à saúde.
Devemos saber, pois, reconhecer os sintomas do stress e, consequentemente, tomar medidas para minimizar os seus efeitos.
Assim, o stress pode manifestar-se sob a forma de vários sintomas:
Sintomas Emocionais
- Agitação;
- Humor depressivo;
- Irritabilidade;
- Incapacidade de relaxar.
Sintomas Cognitivos
- Dificuldade em pensar positivamente;
- Problemas de concentração e de memória;
- Preocupação constante.
Sintomas Comportamentais
- Comer pouco ou demasiado;
- Dormir pouco ou demasiado;
- Isolamento;
- Protelar decisões.
Sintomas Físicos
- Insónias;
- Enxaquecas;
- Tensão muscular;
- Dores no peito;
- Diminuição da líbido.
Contudo, uma das razões pelas quais as avaliações do stress não possuem uma elevada conexão com a doença, é que nem todo o stress prejudica a saúde. Na verdade, é provável que alguns tipos e quantidades de fatores de stress sejam neutros e, até mesmo, benéficos para as pessoas.
Há autores que defendem que os estados de stress breves e controlados poderão ser vivenciados como agradáveis e poderão ser um estímulo positivo ao desenvolvimento e ao crescimento intelectual e emocional (eustress - do grego eu, sign. bom). O “stress bom” é aquele que sentimos quando estamos empolgados, em que os batimentos cardíacos aceleram, mas não há medo nem ameaça. Com efeito, todos precisamos de um pouco de stress para ter energia e enfrentar novos desafios.
Por sua vez, os mesmos autores defendem que as situações mais severas, muito prolongadas e incontroláveis de stress (distress psicológico e físico) levam a verdadeiros estados de doença, pois promovem o medo e a ansiedade, paralisam as emoções e dão a sensação de que a dificuldade é tão grande que jamais a podemos superar. É aqui que a gestão de stress assume primordial importância.
Assim, por tudo o que já dissemos, identificar e combater o stress passou a ser, nos tempos de hoje, de primordial importância, pois o stress excessivo apoderou-se do nosso dia-a-dia. Desta maneira, a gestão do stress deve ser encarada como uma forma de melhorarmos a nossa qualidade de vida.
Cada pessoa possui instrumentos próprios para lidar com a situação e, nessa medida, não há uma terapia padrão que sirva a todos. Nenhum método funciona de forma generalizada, nem tampouco há situações iguais. Há que experimentar diferentes técnicas ou estratégias.
Aqui chegados, comecemos por mencionar que, para combater o stress desenvolvendo uma atitude antisstress, isto é, de forma a reduzir os seus efeitos no organismo, deveremos partir sempre deste princípio tripartido:
- Aprender a evitar o stress desnecessário – Na verdade, nem todo o stress pode ser evitado, mas se se aprender a dizer não, a distinguir "deveres" de "obrigações", podem ser eliminados muitos fatores de stress. Identificar a causa, é o segredo.
- Alterar a situação - Se não podemos evitar uma situação stressante, devemos tentar alterá-la e lidar com os problemas de cabeça erguida, em vez de guardarmos dentro de nós sentimentos negativos.
- Adaptação ao fator causador de stress - Quando não podemos mudar o fator de stress, devemos tentar mudarmo-nos a nós próprios e a visão que temos sobre a situação que enfrentamos. Reformular os problemas ou concentrarmo-nos nas coisas positivas da vida. Devemos aceitar aquilo que não podemos mudar. Olhemos para o lado positivo da situação, mesmo nas circunstâncias mais stressantes, pois poderá ser uma oportunidade de aprendizagem e crescimento pessoal.
Neste contexto, identificámos as principais estratégias para combater o stress. De outra parte, ter uma atitude antisstress e melhorar a qualidade de vida está, muitas vezes, em pequenos gestos cotidianos ao alcance de todos nós.
Vejamos:
- Identificar a causa - Identificar o seu estado de espírito ao longo de todo o dia. Uma vez que sabe o que o incomoda, poderá elaborar um plano de ação para resolver o problema.
- Afastar-se da causa - Antes de reagir, respirar fundo e reconsiderar no que deverá ser feito.
- Fazer exercício físico regularmente
- Tempo para relaxar - Efetuar exercícios de relaxamento que permitam libertar tensão muscular.
- Boa alimentação - Os alimentos que ingerimos são muito importantes para combater o stress. Adotar uma dieta saudável é uma boa solução.
- Trabalhar a higiene do sono - Sentir-se cansado pode aumentar o stress. Conseguir uma boa noite de sono é essencial para se poder relaxar.
- Desenvolver os sentidos - Outra forma de reduzir o stress é ver uma foto favorita, cheirar um perfume especial, ouvir uma música favorita, abraçar uma pessoa querida ou acariciar um animal de estimação.
- Emoções - Outra alternativa fundamental para melhor gerir o stress é compreender a influência que as emoções têm sobre os nossos pensamentos e ações. É importante estarmos conscientes do papel que as emoções ocupam nas decisões que tomamos, até mesmo as mais dolorosas que, por vezes, tentamos evitar. Assim que consigamos dominar estas competências, teremos a firmeza necessária para enfrentar todos os desafios stressantes.
- Gestão do tempo - Procurar gerir melhor o tempo através de soluções de compromisso, pois existem muitas situações stressantes que podem ser facilitadas por meio de negociação.
- Pedir Ajuda – Por fim, deverá procurar a ajuda de um psicólogo. Este profissional da saúde saberá orientá-lo a lidar com as fontes de stress de uma forma concreta e ajudá-lo-á a construir a ponte para a mudança, através da tomada de consciência de si próprio e da sua relação com o mundo que o rodeia.