As células estaminais no tratamento da COVID-19 e outras aplicações inovadoras em debate
Luis Madero é responsável pelo departamento de Onco-hematologia no Hospital Infantil Universitário Niño Jesús e no Hospital Universitário Quirón Pozuelo, em Madrid. Para além do vasto contributo que tem dado em projetos de investigação na área da leucemia infantil, imunoterapia celular e oncolítica, este especialista tem liderado também estudos sobre o uso de células estaminais contra a COVID-19.
O estudo mais recente levado a cabo por Luis Madero, aprovado pela Agência Espanhola de Medicamentos, foi um ensaio clínico de fase II com doentes infetados pela COVID-19, com o objetivo de testar se existia um tratamento eficaz contra o SARS-CoV-2 com tecido do cordão umbilical. A ideia deste estudo passou por utilizar um tipo de célula estaminal: a célula estaminal mesenquimal, em que o tecido do cordão umbilical é especialmente rico, com propriedades imunomoduladoras – ou seja, com capacidade de controlar a resposta excessivamente agressiva do sistema imunitário de um doente, quando este é infetado pelo vírus.
Com este estudo pioneiro, Luis Madero e a sua equipa tinham como objetivo evitar a hiperinflamação, gerada pelo novo coronavírus, que em casos mais graves pode levar à morte. O especialista explica “A doença causada pelo vírus tem três fases: a primeira revela sintomas como febre, tosse ou mal-estar geral; de seguida em alguns doentes, o vírus penetra nos pulmões e causa uma pneumonia bilateral; e na fase final, alguns deles desenvolvem um processo inflamatório que pode levar à falência de múltiplos órgãos ou até mesmo à morte”, explica Luis Madero. Com a abordagem da utilização de células estaminais no tratamento da COVID-19, o que se procura é atuar na fase pulmonar da doença (fase 2), nos doentes com evolução para pneumonia bilateral, mas que ainda não atingiram a fase final de hiperinflação.
O webinar irá centrar-se na análise das fontes de células estaminais e vantagens da sua utilização, na aplicação terapêutica das células do sangue e do tecido do cordão umbilical em diversas doenças e, no panorama atual da pandemia por COVID-19, o potencial das células de Andreia Gomes, responsável pela Unidade de I&D da Bebé Vida. Esta sessão conta com a moderação de João Sousa, diretor de Qualidade da Bebé Vida e Presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Criopreservação (APEC).