Ordem dos Médicos distingue trabalhos de investigação clínica

Dos projetos apresentados a concurso, serão distinguidos três, com prémios no valor global de 25 mil euros, distribuídos da seguinte forma: 20 mil para o projeto vencedor e cinco mil para duas menções honrosas.
A entrega de prémios está marcada para hoje, com início às 21h30, no Salão Nobre da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, no Porto. A cerimónia vai contar com a presença do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, e do ex-vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, que vai realizar uma conferência, emitida por streaming.
O presidente do Júri desta edição é o presidente da Escola de Medicina da Universidade do Minho, Nuno Sousa.
O presidente da SRNOM, António Araújo, destaca que "o prémio se insere no objetivo de tentarmos ter alternativas de financiamento para a investigação clínica em Portugal, algo que se tornou possível graças a esta parceria com o Banco Carregosa". Visando em termos gerais promover a investigação clínica em Portugal, "o prémio tem como objetivo específico incentivar os jovens médicos a participar ativamente nestes processos, dado que estão mais sensibilizados para este tipo de questões e a área da investigação pode mesmo constituir-se como uma saída profissional para os novos médicos".
Para Maria Cândida Rocha e Silva, presidente do Banco Carregosa, "a gratidão da sociedade aos investigadores clínicos e médicos, que dedicam as suas vidas a descobrir formas de tratar ou prevenir doenças, cuidando assim do bem-estar de todos, vai muito para além deste prémio. Mas na medida das nossas possibilidades, o Banco Carregosa quer estar presente, dirigindo uma boa parte da sua responsabilidade social para a área da saúde".
Projetos premiados
A 4ª edição do Prémio distinguiu como vencedor o investigador André Moreira, com o “Desenvolvimento e validação de biomarcadores no ar exalado para identificar e endotipar asma em crianças e adultos”.
Este trabalho foi publicado na forma de três artigos originais cujo mérito é a translação entre a imunologia básica e a sua aplicabilidade clínica, nomeadamente pelo desenvolvimento e validação de biomarcadores não invasivos, rápidos e simples de obter e que possam ser utilizados no auxílio à decisão clínica quer para diagnóstico quer para endotipar a doença e, assim, de forma personalizada decidir o plano terapêutico.
O médico refere que «em todos os trabalhos foi obtida aprovação da Comissão de Ética, os participantes ou os seus cuidadores deram o seu consentimento informado e todos os procedimentos foram em respeito da Convenção de Helsínquia». Realçando que «o objetivo comum foi desenvolver e validar método não invasivo de avaliação clínica relacionada com o diagnostico, fenotipagem e endotipagem de asma».
A primeira menção honrosa foi atribuída à investigadora Ana Catarina Fonseca, com o projeto “Imagem cardíaca no acidente vascular cerebral isquémico de causa indeterminada“, tendo como objetivo “determinar se os indivíduos com AVC de causa indeterminada têm na ausência de fibrilhação auricular, em imagem de ressonância cardíaca, parâmetros morfológicos e hemodinâmicos da aurícula que sejam indicadores de um estado protrombotico semelhantes aos encontrados em doentes com fibrilhação auricular”.
A segunda menção honrosa distinguiu João Lobo, médico patologia do IPO, com o trabalho de investigação "Novos biomarcadores epigenéticos com valor diagnóstico, prognóstico e preditivo de resposta à terapêutica em doentes com tumores de células germinativas do testículo”.