Psoríase: Mar de Esperança
Emanuel é o “companheiro solidário” da PSOPortugal desde 2019, ano em que se juntou a uma iniciativa da mesma, criando uma música dedicada a quem vive com Psoríase “Tens direito a ser feliz”, música a partir da qual se desenvolveu e seguiu a série online, PSOCast, de 2020. O músico reforça que é importante passar esperança a quem vive e lida com a doença, pois com a ajuda de todos e da PSOPortugal, “conseguiremos levar o barco a bom porto”.
Questionado sobre a dificuldade em criar uma música de esperança para doentes, o próprio refere que “sentiu na pele” o que escreveu, pois expôs o que sentiu pela sua experiência familiar com a doença, tendo dois familiares próximos com a mesma. O cantor afirma que a música pode efetivamente ajudar quem lida com a doença, e explica “inclusive no Encontro em Tomar, todos os presentes choraram e isso, é a força da música com a junção da palavra”, refere. A música pode “ajudar a relaxar e a acalmar”, acrescenta.
A Psoríase entrou na sua vida porque tem dois familiares que “chegaram a um estado grave. O primeiro foi identificado há uns anos, é um irmão meu que conseguiu encontrar tratamento para a Psoríase”, afirma. Neste caso, só quando estava o tratamento em curso é que a família se apercebeu da patologia. “Mas quando percebeu, fez de conta que não percebeu”: todos encararam os sinais da psoríase com a normalidade possível, focando-se no apoio ao familiar afetado. Chegar ao diagnóstico e tratamento, “foi difícil, porque é um processo longo”, indica Emanuel. Questionado sobre se começou a ver aqueles que lhe são próximos de forma diferente, o músico recusa, “porque são pessoas que amo, e quando se ama, não é relevante. Nós só temos de estar ali para os apoiar”. Para quem vive a doença na primeira pessoa é mais difícil, “mas o meu familiar que ainda não tem a pele limpa já convive melhor, já percebe que pode expor a sua pele que não nos faz diferença nenhuma”, refere o músico.
Enquanto familiar e amigo de doentes com Psoríase, “devemos dar o sinal de que sabemos que não é contagioso, que estamos do lado deles para que não sintam qualquer vergonha e não se sintam inferiores, porque não há necessidade”, afirma Emanuel. Um exemplo disto, foi o ano passado num concerto - “fui abordado no fim de um espetáculo por uma senhora que tinha Psoríase nas mãos. E eu fiz questão de ao
falar com ela lhe tocar nas mãos, e ela ficou muito surpreendida, porque habitualmente ninguém lhe toca nas mãos quando tem aquela manifestação externa. Eu senti uma satisfação interior naquele ser humano, que não vou esquecer. E é isto que os pacientes com psoríase precisam: que os compreendam, que os amem”, indica Emanuel.
O conselho de Emanuel para os familiares e amigos de doentes psoriáticos é fazerem o mesmo que ele faz “levarem isto com naturalidade, porque quando se ama, apoia-se. Não falar sobre o assunto, falar sobre o tratamento se necessário, para que eles se sintam normais, porque o são”, acrescenta.
Por último, o conselho para os doentes: “seja solidário consigo próprio. Teve a doença, outros têm outras, é normal. O assumir é extremamente importante, porque se não assumir, revolta-se e a revolta causa stress, mau estar, e por consequência, piora. Existe tratamento para se sentir melhor e tentar limpar a sua pele, pois pele limpa não é quase limpa, como indica a canção. Não se preocupe com os outros, quem quiser compreender muito bem, quem lhe quiser tocar toca, quem não quer não é um problema seu, é deles”. Principalmente, “Não se sinta inferior, você é igual aos outros”, termina.
Para saber mais, assista aos episódios da série “Tens Direito a Ser Feliz: PSOCast”, no canal do youtube da PSOPortugal.
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