Saúde mental

Como vencer o esgotamento: duas fotógrafas explicam por que cuidar de nós próprios é tão importante

Este sábado, 10 de outubro, celebrou-se o Dia Mundial da Saúde Mental. Reconhecendo a importância de cuidar de nós mesmos acima de tudo, a Canon conversou com duas fotógrafas profissionais, Anastasia Taylor-Lind e Tasneem Alsultan, que contam com grande experiência em lidar com o stress e o esgotamento e oferecem os seus conselhos – e esperança – no sentido de caminharmos para um setor da imagem mais solidário e compassivo.

A fotografia pode ser um fator de stress e até causar ansiedade. Para os fotojornalistas e fotógrafos de publicidade, casamentos ou desporto, é elevada a pressão para entregar imagens marcantes dentro do prazo previsto; e pode ser esgotante passar muitos dias ou meses em viagem, muitas vezes sozinhos, e talvez a fazer a cobertura de histórias angustiantes. Se a isto somarmos a precariedade económica do trabalho freelancer, algo que se acentuou ainda com a COVID-19, é evidente a razão por que muitos fotógrafos independentes estão esgotados.

«Se não cuidar da minha saúde mental, não posso realizar o meu trabalho em condições», explica Anastasia Taylor-Lind, fotojornalista residente em Londres e membro da TED, que cobriu diversos conflitos em todo o mundo para meios de comunicação e ONG internacionais. «Sem autoconsciência e um certo nível de estabilidade emocional e mental, não somos capazes de processar e contar as histórias de outras pessoas.»

«Penso que os nossos organismos estão intrinsecamente ligados ao nosso estado emocional», acrescenta Tasneem Alsultan, fotógrafa documental saudita que se dedica a causas sociais e à defesa dos direitos humanos e colabora com o The New York Times e a National Geographic. A profissional relata que passou momentos difíceis devido à falta de trabalho causada pela pandemia. «Apeguei-me tanto à minha câmara que sinto que algo me falta se não a tenho na mão. Por isso comecei a ler sobre meditação, a aprender a acalmar-me e a ter mais consciência do que me rodeia, e a ligar-me mais à minha família.»

A experiência de Anastasia foi similar: «Quando a pandemia começou, todos os trabalhos que tinha foram cancelados ou adiados. Tive que responder a uma questão muito difícil, que foi: se não sou fotógrafa, quem sou eu?»

Ambas concordam que partilhar com outrem as suas preocupações e experiências, e estabelecer uma rotina de exercício físico são ações que podem ajudar a mente a conseguir o equilíbrio necessário para sobreviver.

«Compreendam que não estão sozinhos,» afirma Tasneem. «É bom falar e partilhar a vulnerabilidade que sentem, porque tantas outras pessoas vão identificar-se e partilhar o mesmo convosco. Não temos que fazer o mesmo que fizeram os outros antes de nós, nem sempre é o bom e o correto. Podemos corrigi-lo. Especialmente neste momento, acho que é mesmo importante que nos mantenhamos humildes.»

«Façam exercício. Utilizem o corpo para curar, acalmar e ajudar a vossa mente,» acrescenta Anastasia. «Para algumas pessoas é importante correr ou fazer longas caminhadas, simplesmente algo que vos entretenha fisicamente e liberte o intelecto – porque uma grande parte de ser fotógrafo está na nossa cabeça e em pensar nas coisas, ao mesmo tempo que as vemos.»

Esta importante conversa com Anastasia e Tasneem pode ser encontrada na sua totalidade no blog da Canon: https://www.canon.pt/pro/stories/photographers-and-wellbeing/

Fonte: 
Team Lewis
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Tasneem Alsultan - Embaixadora Canon e fotógrafa documental