TAVI: a técnica minimamente invasiva que é a esperança até em casos mais graves de Estenose Aórtica
Considerada uma doença de avós por afetar maioritariamente a pessoas acima dos 70 anos, a Estenose Aórtica é uma doença que resulta na degeneração da válvula aórtica e que se não for detetada a tempo pode ter um desfecho fatal.
Segundo o cardiologista Lino Patrício, a “estenose aórtica degenerativa é um processo que conduz ao encerramento progressivo da válvula, que se encontra à saída do coração, com redução da quantidade de sangue “bombeada” para todo o corpo. Fácil é perceber, que, se chega menos sangue aos órgãos, o doente terá cansaço progressivo; ao próprio coração o doente terá dor no peito; e ao cérebro poderá ter perda de conhecimento”. Estes são, então, os principais sinais a que devemos estar atentos.
Para além da idade ser um importante fator de risco, ou seja, quanto mais se viver maiores as probabilidades de a desenvolver, também as alterações de nascença – como as “válvulas bicúspides” – podem evoluir mais rapidamente para esta condição.
O seu diagnóstico é clínico, realizado pela auscultação, no entanto, explica o médico cardiologista, “a medição do aperto da válvula é feita por Ecocardiograma”.
Não existindo medicamentos para o seu tratamento, a Estenose Aórtica só pode ser resolvida através de uma intervenção cirúrgica com o objetivo de substituir a válvula degenerada.
A grande novidade é que, se até aqui esta cirurgia era feita de peito aberto, hoje em dia, mesmo nos casos de risco acrescido, é possível recorrer a uma técnica minimamente invasiva para a sua substituição. “A técnica percutânea consiste na realização de um cateterismo terapêutico, com a colocação dum cateter através da artéria femoral que leva uma válvula biológica até ao coração. Esta é colocada em cima da válvula degenerada substituindo-a”, explica Lino Patrício. A grande vantagem, para além da diminuição dos riscos associados a uma intervenção cirúrgica, a TAVI, como é designada, reduz o tempo de internamento e recuperação mesmo nos doentes mais idosos. “Sendo uma técnica que não exige anestesia geral, abertura do esterno e paragem circulatória é obvio que a recuperação e o tempo de internamento é menor do que o da cirurgia. Estamos a evoluir para tempos de internamento de cerca de 48 horas”, afirma o especialista acrescentado que “recuperação destes doentes é impressionante!”.
Não obstante, Lino Patrício adverte: “tratando-se de doentes muito idosos, o estado cognitivo e a esperança de vida por outras patologias são os limites para que se possa fazer a intervenção”.