Investigação descobre que sexo oral pode estar associado à vaginose bacterina

A vaginose bacteriana não é uma infeção sexualmente transmissível. Trata-se de um desequilíbrio das bactérias comuns encontradas na vagina. A pesquisa que a liga a infeção à prática de sexo oral incidiu sobre efeito que as bactérias bucais têm sobre os micróbios que vivem e crescem na vagina.
Assim, as mulheres sem vaginose bacteriana tendem a ter muitas bactérias "boas", chamadas lactobacilos, que mantêm a vagina mais ácida, ou seja, com um pH mais baixo.
No entanto, por vezes esse equilíbrio saudável pode sofrer alterações e permitir que outros microrganismos vaginais prosperem.
O que faz com que isso aconteça não é totalmente conhecido, mas é mais provável que a vaginose bacteriana seja mais frequente em mulheres sexualmente ativas (embora também possa ocorrer a quem nunca fez sexo), quando mudam o parceiro ou se utilizam DIU (dispositivo contracetivo).
Agora o estudo da PLoS Biology veio mostra que um tipo comum de bactéria, encontrada na boca e que está associada a doenças gengivais e placa dentária, pode contribuir para o desenvolvimento da vaginose bacteriana
A experiência incidiu sobre espécimes vaginais humanos e em camundongos de modo a observar o comportamento bacteriano,
Os investigadores descobriram que uma bactéria que existe na cavidade oral, Fusobacterium nucleatum, parece auxiliar no crescimento de outras bactérias implicadas na vaginose bateriana
Amanda Lewis da Universidade da Califórnia e a equipa que desenvolveu esta investigação, diz que esta análise vem demonstrar como o sexo oral pode contribuir para alguns casos de vaginose bacteriana.
Os especialistas já sabem que esta infeção pode ser desencadeada pelo sexo, inclusive entre mulheres.
Claudia Estcourt, porta-voz da Associação Britânica para Saúde Sexual e HIV, disse que estudos como este eram importantes para aumentar a compreensão da vaginose bacteriana.
"Sabemos que a vaginose bacteriana é uma entidade realmente complexa com muitos fatores contribuintes”, comentou acrescentando que o sexo oral pode transmitir infeções sexualmente transmissíveis e outras bactérias que podem ou não ser importantes em outras condições de saúde.