Vacina russa só foi testada em 38 pessoas e causa mais de uma centena de «efeitos secundários adversos»

O fármaco foi registado após apenas 42 dias de pesquisa, segundo a imprensa internacional, e a sua eficácia é considerada “desconhecida”. Um dos documentos apresentados revela que “não foi realizado nenhum estudo clínico para testar a eficácia epidemiológica”, apesar das alegações de Putin de que a vacina foi aprovada em “todos os testes necessários”.
Também há dúvidas sobre a capacidade do fármaco de criar anticorpos suficientes, depois de Putin ter dito que a sua própria filha já os tinha desenvolvido, na sequência da administração da vacina.
A Rússia tornou a corrida da vacina uma questão de prestígio nacional e deu ao produto o nome de ‘Sputnik V’ em homenagem aos antigos satélites espaciais soviéticos, gerando temores de que a segurança seja comprometida em prol da imagem do país.
A comunidade científica tem criticado Putin pelo movimento “imprudente e tolo”, que pode mesmo agravar a pandemia se a vacina se mostrar perigosa ou ineficaz.
Embora Putin tenha dito que a sua filha não sofreu efeitos secundários graves, a não ser uma febre alta, a agência de notícias russa revela a existência de uma longa lista de 144 “efeitos adversos”, nos 38 pacientes testados, que ocorriam “com muita frequência”.
A maioria passou “sem consequências”, mas no 42º dia do estudo, 31 desses efeitos secundários ainda estavam em desenvolvimento. Entre os efeitos estão inchaço, dor, hipertermia – temperatura corporal elevada – e comichão no local da injeção.
Os sintomas mais comuns foram fraqueza física ou falta de energia, mal-estar, febre, diminuição do apetite, dores de cabeça, diarreia, congestão nasal e dor de garganta.
“Não é possível determinar com mais precisão a incidência dos efeitos devido à amostra limitada de participantes do estudo”, disse o Instituto de Pesquisa Gamaleya, que produziu a vacina