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Probióticos e Prebióticos: o que são, para que servem e os cuidados a ter

Atualizado: 
13/08/2020 - 11:47
Sabia que o stress, a dieta desequilibrada, o sedentarismo, bem como algumas doenças e seus tratamentos, podem desequilibrar aquela que é a nossa grande barreira defensiva – o intestino? E que os probióticos e os prebióticos podem ser excelentes aliados na manutenção do seu equilíbrio?

O que são probióticos?

De acordo com a Organização Mundial de Gastrenterologia, “os probióticos são micróbios vivos que podem ser incluídos na preparação de uma ampla gama de produtos, incluindo alimentos, medicamentos, e suplementos dietéticos. As espécies de Lactobacillus e Bifidobactérias são as mais comumente usadas como probióticos, mas o fermento Saccharomyces cerevisiae, e algumas espécies de E. coli e Bacillus, também são utilizadas como probióticos. As bactérias ácido-lácticas, entre as quais se encontra a espécie Lactobacillus que fora utilizada para a conservação de alimentos por fermentação durante milhares de anos, podem exercer uma função dupla, atuar como agentes fermentadores dos alimentos e também gerar efeitos benéficos à saúde. Em termos estritos, no entanto, o termo “probiótico” deveria ser reservado para os micróbios vivos que, em estudos humanos controlados, demonstraram produzir benefícios à saúde”.

Onde os podemos encontrar?

Os probióticos podem-se encontrar em vários tipos de alimentos fermentados, como é o caso dos leites fermentados, o iogurte e outras bebidas lácteas acidificadas e o kefir. Estes são por excelência a fonte de probióticos. No entanto, também os queijos de pasta dura (que apresentam maior grau de fermentação) e preparações culinárias onde a fermentação natural é utilizada, são boas fontes de probiótico. É o caso dos pickles fermentados em água e sal marinho, chucrute fermentada não pasteurizada ou soja fermentada que se encontra na sopa de miso ou no tempeh.

Quais os principais benefícios?

A sua presença contribui para a modulação da microbiota intestinal, através do desenvolvimento das bactérias benéficas, que atuam impedindo a proliferação das bactérias patogénicas (prejudiciais). Este processo promove a natural barreira defensiva intestinal.

  • Contribuem para o reequilíbrio intestinal após a toma de alguns medicamentos, tais como antibióticos;
  • Contribuem para o controlo da diarreia causada por vírus e bactérias;
  • Contribuem para a diminuição da atividade da Helicobacter pilori (bactéria responsável por doenças gástricas, tais como gastrite, úlceras e cancro);
  • Diminuem a ação das bactérias prejudiciais através da produção de substâncias protetoras, de que são exemplo as infeções urogenitais femininas;
  • Melhoram a digestão da lactose e promovem a absorção nutricional;
  • Aumentam a imunidade, podendo estar associados a diminuição de reações alérgicas;
  • Previnem/controlam a obstipação.

Quais os cuidados a ter?

Os probióticos, naturalmente presentes nos alimentos devem fazer parte da alimentação equilibrada de crianças e adultos, no entanto o aumento da sua ingestão ou suplementação, podem temporariamente provocar sinais de desconforto abdominal associado à produção de gás, distensão abdominal e flatulência. Em algumas situações, antes de se identificarem os seus benefícios, podem ser identificados os seus efeitos secundários.

Estes efeitos secundários têm maior expressão quanto menor for a imunidade do organismo hospedeiro. Assim crianças pequenas e idosos, bem como doentes oncológicos sob tratamentos agressivos, doentes com infeções graves ou doenças terminais, só devem utilizar probióticos sob a forma de suplementos, quando recomendados ou prescritos.

O que são prebióticos?

Os prebióticos são substâncias alimentares (consistem fundamentalmente em polissacarídeos não-amido e oligossacarídeos mal digeridos pelas enzimas humanas) que nutrem um grupo seleto de microorganismos que povoam o intestino. Favorecem mais a multiplicação das bactérias benéficas do que das prejudiciais.

Os prebióticos mais conhecidos são:

  • Oligofrutose
  • Inulina
  • Galactooligossacarídeos
  • Lactulose
  • Oligossacarídeos do leite de peito

Quais os principais benefícios?

Os prebióticos devem fazer parte da alimentação diária, por terem efeitos benéficos locais (no cólon e também no intestino delgado) e sistémicos (no organismo de forma geral). Entre os benefícios destacam-se o alívio dos sintomas de obstipação, a diminuição do risco de doenças do cólon, o aumento da imunidade do organismo, contribuindo ainda para a absorção de cálcio e para a regulação da produção e absorção de triglicerídeos.

Onde se encontram?

Os prebióticos podem ser encontrados em cereais, tais como centeio, cevada, trigo e em legumes e frutas, entre os quais alcachofra, alho, alho-francês, banana, cebola, chicória, espargo, tomate. Também podem ser encontrados isoladamente sob a forma de suplementos alimentares.

Quais os cuidados a ter?

Antes de serem fermentados, mobilizam água para o intestino, podendo causar diarreia, tal como podem ser causadores de flatulência e distensão abdominal pela produção de gás na zona do intestino onde exercem o seu efeito prebiótico. Assim aconselha-se que sejam integrados na alimentação de forma gradual. Adverte-se ainda que estes podem não ser bem tolerados por pessoas com síndrome de intestino irritável.

Autor: 
Sofia Esteves dos Santos
Fonte: 
Organização Mundial de Gastrenterologia e Biocodex Microbiota Institute
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
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