Opinião

É urgente saber identificar e tratar adequadamente a sépsis

Atualizado: 
17/09/2019 - 10:22
E é numa sexta-feira 13 que se comemora o Dia Mundial da Sépsis! Não é para, menos já que a Organização Mundial de Saúde estima que haja uma morte por sépsis em cada 3.5 segundos.

Este dia surge pela necessidade extrema da união de todos os sistemas de saúde, trabalhadores da área e comuns cidadãos, em prole da prevenção, diagnóstico e adequado tratamento da sépsis.

A sépsis atinge cerca de 30 milhões de pessoas no mundo anualmente, matando cerca de 7 a 9 milhões delas, sendo que os sobreviventes convivem muitas vezes com consequências o resto da sua vida.

Mas o que é a sépsis? É a disfunção de órgãos potencialmente fatal desencadeada por uma resposta desregulada do hospedeiro perante a infecção, considerada a quarta causa de morte no Mundo.

Em Portugal, 22% dos internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos são devidos a Sépsis adquirida na comunidade e estes casos determinam uma mortalidade hospitalar global de 38%, que no caso de choque séptico chega a atingir 51%.

A Direção Geral de Saúde reconhece este problema e aborda-o com uma norma que refere que “todos os serviços de urgência (SU) devem ter uma equipa de sépsis constituída, no mínimo, por um médico e um enfermeiro”. É urgente saber identificar e tratar adequadamente a sépsis, razão pela qual se institui nos SU a Via Verde de Sépsis, processo que uniformiza e acelera a atuação das equipas de saúde perante um caso de sépsis. A título de exemplo, no meu Hospital, a Via Verde de Sépsis está informatizada, conseguindo-se ter apoio informático na identificação (através de triggers automáticos que despertam a suspeita de um caso), o manuseamento (através de meios complementares de diagnóstico e de pacotes de terapêutica que são dois cliques no computador!), fazendo com que este processo seja mais rápido e cómodo para a equipa que gere este doente.

Como nunca é demais lembrar: prevenir é o melhor remédio! Podemos prevenir as infeções, cumprindo por exemplo o plano nacional de vacinação, mantendo um estilo de vida saudável como uma alimentação adequada, exercício e descanso, lavar as mãos com regularidade e tomar uma atitude conscienciosa em relação ao uso de antibióticos, tomando-os apenas quando necessário, segundo a prescrição e até ao fim.


Dra. Ana Isabel Pedroso
Assistente Hospitalar de Medicina Interna
Fellow Medicina Intensiva
Co-coordenação VMER de Cascais
Hospital de Cascais

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
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