A importância de doar sangue
Em 1900, descobriu-se que o sangue não era todo igual. Landsteiner ao identificar diferentes marcadores na superfície dos glóbulos vermelhos, percebeu que se transfundíssemos um sangue que não fosse do mesmo grupo que do doente, iriamos estimular uma resposta imunológica que destruiria massivamente os glóbulos vermelhos transfundidos.
Identificou-se e associou-se dois sistemas de grupos sanguíneos, AB0 e Rh, determinando a existência de 8 grupos diferentes: A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, 0+ e 0-. Sendo estes os nossos grupos de sangue.
Todavia, a Medicina Transfusional evoluiu bastante, sendo possível tratar mais e melhor, e com toda a segurança, os nossos doentes. Hoje, e concomitantemente com o avanço da tecnologia, é possível atribuir o sangue certo ao doente certo.
Tudo é aproveitado na doação: os glóbulos vermelhos, o plasma e as plaquetas. Em cada doação retira-se cerca de 450ml de sangue, que fica armazenado em plástico biocompatível.
Para sermos dadores de sangue temos que ter alguns pré-requisitos, como idade superior a 18 anos (até aos 60 anos se for a primeira dádiva), ter peso igual ou superior a 50kg e ter hábitos de vida saudáveis. Mesmo assim, antes da doação é feita uma triagem clinica, onde se pode esclarecer todas as dúvidas e onde são avaliadas outras questões clinicas que podem impedir a dádiva de sangue.
Em 2017 em Portugal, estavam inscritos 393 941 dadores, dos quais 54% chegaram a realizar a dádiva, tendo sido transfundidas 311 909 unidades de concentrado eritrocitário (dados do Instituto Português do Sangue). É sempre possível obter mais informação no site do Instituto Português do Sangue (http://ipst.pt/), como lá se pode ler “O sangue liga-nos a todos. Quem dá sangue, esperaajudar quem precisa e nunca precisar; quem recebe, conhece a verdadeira dimensão da solidariedade humana”.
E em 10 minutos é possível salvar até 4 vidas!
Dra. Ana Isabel Pedroso
Assistente Hospitalar de Medicina Interna na UCI/UCIP
Hospital de Cascais