Internistas querem diretivas nacionais para resolver a falta de camas nos hospitais
“Não é possível continuar a ignorar este problema que afeta todos os anos os Serviços de Medicina Interna dos hospitais, principalmente na época mais fria. Tem de existir um plano de resposta delineado para cada hospital, e para isso são necessárias diretivas nacionais que garantam a equidade entre os hospitais, e que promovem dessa forma a qualidade e segurança no tratamento dos doentes”, explica João Araújo Correia, presidente da SPMI.
A SPMI realizou, no passado mês de fevereiro, um inquérito que teve como objetivo contabilizar o número de camas extra e de doentes com internamento concluído em cada Serviço de Medicina Interna. Segundo o internista, “através de uma amostra de 78 por cento do total dos serviços desta especialidade, que corresponde a uma lotação base de 4.866 camas, verificou-se que havia até então 2.142 camas extra (mais 44 por cento), com 39 por cento de doentes internados no Serviço de Urgência, 53 por cento noutros serviços e 8 por cento em camas “acrescentadas” aos Serviços de Medicina Interna”.
Tal como refere, “esta foi a primeira vez que se pôde contabilizar e justificar o enorme acréscimo de trabalho a que os internistas são submetidos num período nunca inferior a três meses, o qual deve ser contabilizado como produção adicional”.
Durante a Assembleia Geral foram ainda debatidas, entre outros assuntos, a aposta que a SPMI tem dado na criação de parcerias com outras entidades do setor, nomeadamente com a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e com a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, bem como a necessidade de definir critérios de certificação de áreas específicas, como as doenças autoimunes, o VIH e as doenças hepáticas.