Opinião

Prática de exercício físico “desacelera” progressão da doença de Parkinson

Atualizado: 
11/04/2019 - 15:35
Desconhece-se a causa ou como a prevenir. No entanto, vários estudos têm demonstrado os benefícios da prática do exercício físico no decurso da doença de Parkinson. Neste artigo, Ana Miranda, revela que ser ativo ajuda «a melhorar o status funcional do doente».

A doença de Parkinson é uma patologia neurológica degenerativa do sistema nervoso central, de evolução progressiva e que afeta o movimento. É a segunda doença neurodegenerativa mais comum e atinge cerca de 20 000 portugueses. Com o aumento da esperança média de vida e o melhor conhecimento e diagnóstico da doença, estima-se que esse número possa vir a aumentar nos próximos anos. Foi descrita pela primeira vez no século XVIII pelo médico inglês James Parkinson, sendo o nome da doença em sua homenagem.

Os sinais e sintomas da doença de Parkinson podem ser diferentes de pessoa para pessoa. Os tremores nas mãos, inicialmente quase impercetíveis, são os sintomas mais precoces e comuns. Com a evolução da doença os sintomas pioram e aparecem também rigidez, descoordenação motora, lentificação dos movimentos, dificuldades na marcha, alteração da postura corporal e da expressão facial. Em alguns casos, podem ainda aparecer outras alterações como depressão, perturbações do sono, dificuldade em engolir ou perturbações da micção.

A causa desta patologia é desconhecida, mas pensa-se que seja multifactorial, resultante de fatores genéticos e ambientais. Sabe-se que existe diminuição da produção de dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos, e que é produzido pelas células cerebrais, os neurónios. No entanto, não se sabe porque é que umas pessoas desenvolvem a doença e outras não. Fatores de risco como o envelhecimento, hereditariedade e ser do género masculino, potenciam o aparecimento da doença de Parkinson.

Dado não se saber a causa, não existe um teste específico para diagnosticar a doença. O diagnóstico é baseado nas queixas do doente e nas alterações ao exame neurológico realizado pelo médico. Serão pedidos exames complementares, mas sobretudo para excluir a presença de outras patologias neurológicas potencialmente reversíveis. Caso a suspeição clínica seja elevada e os sintomas melhorem com os fármacos que aumentam os níveis de dopamina, podemos confirmar o diagnóstico de doença de Parkinson.

Não existe cura para a doença de Parkinson. No entanto existem medicamentos que controlam os sintomas, atrasando a progressão da doença e assim melhorando a qualidade de vida dos doentes. Os medicamentos usados têm como função repor, aumentar a produção ou diminuir a degradação de dopamina no cérebro e assim melhorar os sintomas e o prognóstico da doença. Além da terapêutica medicamentosa, a fisioterapia e terapia ocupacional podem ajudar o doente a melhorar a sua atividade funcional diária.

Não se sabem quais as atitudes a tomar para evitar o aparecimento desta doença. No entanto sabemos que a prática de exercício físico e uma alimentação equilibrada ajudam a melhorar o status funcional do doente e assim a aumentar a capacidade de resposta e adaptação do organismo aos sintomas característicos da doença de Parkinson. Seja mais activo a prevenir a doença.

Autor: 
Dra. Ana Miranda – Serviços Clínicos da Médis
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Foto: 
Médis