Ensaio Clínico

Combinação de avelumab e axitinib melhora sobrevivência de doentes com carcinoma de células renais avançado

Publicados no New England Journal of Medicine, os dados do ensaio de registo de Fase III de avelumab em associação com axitinib demonstraram uma melhoria significativa na sobrevivência livre de progressão no Carcinoma de Células Renais (CCR) Avançado.

De acordo com a análise interina do ensaio clínico de registo JAVELIN Renal 101, a associação terapêutica de avelumab e axitinib prolongou significativamente a mediana da sobrevivência livre de progressão (PFS) em mais de cinco meses, em comparação com sunitinib, como tratamento de primeira linha em  doentes com carcinoma de células renais (CCR) avançado, independentemente da expressão de PD-L1 (HR: 0,69 [IC 95%: 0,56–0,84]; BAVENCIO+INLYTA: 13,8 meses [IC 95%: 11,1-NE]; SUTENT: 8,4 meses [IC 95%: 6,9-11,1]; p<0,001). Adicionalmente, a taxa de resposta objetiva (ORR) aumentou para o dobro com BAVENCIO+INLYTA vs SUTENT nesta população (51,4% [IC 95%: 46,6-56,1] e 25,7% [IC 95%: 21,7-30,0]) respetivamente. O endpoint primário de sobrevivência global (OS) não foi ainda alcançado.

Os dados adicionais apresentados no Genitourinary Cancers Symposium2019 reforçam os resultados de sobrevivência livre de progressão (PFS) e taxa de resposta global (ORR) em vários subgrupos de doentes, incluindo doentes com prognóstico favorável, intermédio e desfavorável, bem como doentes com tumores com ou sem expressão de PD-L1.

Nas análises de subgrupos, cerca de dois terços dos doentes de prognóstico favorável (66% dos doentes utilizando o modelo  do Memorial Sloan Kettering Cancer Center -MSKCC e 68% considerando o modelo do International Metastatic Renal Cell Carcinoma Database Consortium-IDMC) alcançaram uma resposta completa ou parcial com BAVENCIO+INLYTA. A mediana da sobrevivência livre de progressão (PFS) nestes doentes ainda não foi alcançada. BAVENCIO+INLYTA também prolongou a mediana da sobrevivência livre de progressão 2 (PFS2), definida como o tempo desde a aleatorização até progressão de doença na linha de tratamento subsequente (HR: 0,56 [IC 95%: 0,421-0,735]; NE [IC 95%: 19,9-NE] vs. 18,4 meses [IC 95%: 15,7-23,6]) e aumentou a mediana da duração da resposta em mais de quatro meses (IC 95%: 2,9-5,1) na população global.

O estudo de fase III JAVELIN Renal 101 avalia a associação terapêutica de BAVENCIO+INLYTA comparativamente com SUTENT em 886 doentes com carcinoma de células renais (CCR) avançado sem tratamento prévio.

A associação dos dois fármacos reduziu significativamente o risco de progressão de doença ou morte em 39% em doentes com tumores com expressão de PD-L1 ≥1%, um dos parâmetros de avaliação primário deste estudo (HR: 0,61 [IC 95%: 0,47–0,79], p<0,001; a mediana da sobrevivência livre de progressão (PFS) neste subgrupo foi  de 13,8 meses [IC 95%: 11,1-NE] para a associação vs 7,2 meses [IC 95%: 5,7-9,7]) para SUTENT. A taxa de resposta global (ORR) confirmada em doentes com tumores com expressão de PD-L1 foi de 55,2% com BAVENCIO+INLYTA vs 25,5% com SUTENT (odds ratio: 3,73 [IC 95%: 2,53-5,37]).

 

No braço de BAVENCIO+INLYTA, 20,8% dos doentes receberam terapêutica subsequente comparativamente com 39,2% no braço de SUTENT. Neste último, 66,7% dos doentes foram tratados com um agente anti-PD-1/PD-L1.

Ocorreram acontecimentos adversos de grau 3 ou superior durante o tratamento (eventos adversos relacionados com o tratamento [EART]) em 71,2% dos doentes no braço de BAVENCIO+INLYTA e em 71,5% no braço de SUTENT); os EART de grau 3 ou superior que ocorreram em mais de 5% dos doentes tratados com a associação foram hipertensão (25,6%), diarreia (6,7%), aumento dos níveis de alanina aminotransferase (6,0%) e síndrome mão-pé (5,8%). No braço da associação, 9,0% dos doentes apresentaram eventos adversos imunorelacionados de grau 3 ou superior. Ocorreram acontecimentos de grau 5 em três doentes no braço de BAVENCIO+INLYTA (miocardite, pancreatite necrotizante, morte súbita) e num doente no braço de SUTENT (perfuração intestinal). As descontinuações devido a eventos adversos durante o tratamento com BAVENCIO+INLYTA foram inferiores comparativamente com SUTENT (7,6% vs. 13,4%).

Apesar dos resultados desta análise, a associação de BAVENCIO e INLYTA encontra-se em investigação clínica para carcinoma de células renais (CCR) avançado, e não existem garantias de que esta associação seja aprovada para carcinoma de células renais (CCR) avançado por alguma autoridade de saúde no mundo. INLYTA está aprovado pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) para utilização na UE em doentes adultos com CCR avançado após a falência de tratamento prévio com SUTENT ou uma citocina.

Sobre o Carcinoma de Células Renais

O carcinoma de células renais (CCR) é a forma mais comum de cancro renal, representando cerca de 2% a 3% de todos os cancros em adultos.

O tipo mais frequente de CCR é o carcinoma das células claras, correspondendo a aproximadamente 70% de todos os casos.

Em 2019, estima-se que serão diagnosticados 73.820 novos casos de cancro renal nos EUA, e cerca de 14.770 pessoas morrerão desta doença.

Cerca de 20% a 30% dos doentes são diagnosticados em estádio metastático.

A taxa de sobrevivência a 5 anos para doentes com CCR metastático é de aproximadamente 12%.1 

Fonte: 
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Nota: 
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