Estudo

Corpo feminino bloqueia os espermatozoides mais lentos

Estudo comprova que as células reprodutivas masculinas mais lentas são impedidas de chegar ao óvulo por ação do corpo feminino, que cria mecanismos que só os mais rápidos conseguem ultrapassar.

Os espermatozoides mais lentos são impedidos de ter sucesso na fecundação por ação do corpo feminina. Um conjunto de cientistas encontrou provas de que a operação reprodutiva feminina é moldada de forma a bloquear os mais lentos, impedindo-os de atingir o seu objetivo. O estudo foi feito por investigadores da Universidade de Cornell, em Nova Iorque.

A investigação científica centrou-se no órgão reprodutor feminino e observou o comportamento das células reprodutivas masculinas desde o colo do útero até o óvulo, escreve o Observador. Há vários pontos ao longo do caminho que os espermatozoides percorrem que funcionam como portões. Assim, só os mais velozes conseguem ultrapassar estas várias barreiras.

O teste foi feito com espermatozoides de homens e de touros. E a conclusão foi a mesma para ambos: os mais fortes e mais rápidos são os mais talhados para atravessar os pontos estreitos, enquanto os mais lentos ficam presos nas correntes dos fluidos femininos, que os impedem de chegar ao óvulo.

Essas restrições evitam que os espermatozoides passem facilmente e selecionam os espermatozoides com maior mobilidade”, disse Alireza Abbaspourrad, cientista e principal autor do estudo, citado pelo The Guardian.

O comportamento dos espermatozoides já foi alvo de vários estudos no passado. Neste caso, os cientistas da universidade norte-americana examinaram especificamente de que forma é que as células reprodutivas masculinas reagem quando atingem as partes mais estreitas do órgão reprodutor feminino. De todo o percurso, a abertura para as trompas de falópio é o mais desafiante, já que nesta etapa os fluidos femininos circulam na direção oposta.

Para ver como o sémen se comportava nos pontos mais estreitos, os investigadores construíram um pequeno dispositivo “microfluídico” que imitava os pontos críticos que o espermatozoides tinham de ultrapassar.

A maioria dos estudos tende a usar dispositivos com canais de natação longos e retos, “que testam sobretudo a resistência” dos espermatozoides, explicou à revista Science News o académico David Sinton, da Universidade de Toronto, que não esteve envolvido na pesquisa.

Ao The Guardian, Abbaspourrad explicou que o padrão de movimento seguido tanto pelo espermatozoide humano como pelo do touro também deixou os investigadores espantados. “A parte mais surpreendente para nós foi a forma como os espermatozoides fazem um caminho com forma de borboleta”, confessou.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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