Projeto ibérico procura prever a ocorrência da fragilidade nos idosos
Com este instrumento, os profissionais de saúde poderão desenvolver programas de intervenção adaptados às necessidades dos cidadãos de idade avançada, contribuindo para a promoção de estilos de vida saudáveis, aumento da literacia em saúde e bem-estar dos idosos.
Coordenado pelo Instituto de Saúde Carlos III, de Madrid, e com a colaboração do Laboratório de Cronobiologia da Universidade de Múrcia, o projeto ModulEn desenvolve-se na área do envelhecimento ativo, um dos tópicos de investigação prioritários definidos pela Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E).
Para o estudo em desenvolvimento, estão a ser selecionados 640 idosos de três regiões espanholas – Corunha, Huelva e Ponterrada (León) – e da região de Coimbra, em Portugal.
Estes idosos não institucionalizados, com idades compreendidas entre os 65 e os 80 anos de idade e que não apresentam declínio cognitivo moderado ou severo, estão a utilizar sensores de pulso (ACM KRONOWISE® 2.0) que, durante 7 a 10 dias, em contexto de ambulatório, recolhem dados sobre padrões de sono, exposição à luminosidade, hábitos alimentares e de atividade física.
Os dados são, depois, enviados ao laboratório de cronobiologia que, por sua vez, emitirá um relatório sobre o estado de saúde dos participantes, ao qual estes terão acesso, assim como a alguns conselhos em saúde para melhorarem os respetivos estilos de vida.
Concluída a colheita de dados, o Instituto de Saúde Carlos III criará um algoritmo que, em função de alguns indicadores, permitirá predizer a fragilidade das pessoas nesta faixa etária.
O presente estudo, em execução até final de 2019, é financiado pelo Centro Internacional sobre o Envelhecimento (CENIE), no âmbito do programa de cooperação INTERREG Espanha-Portugal, cujas despesas são suportadas pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
O CENIE constitui a primeira iniciativa promovida conjuntamente por dois organismos de Espanha (Fundação Geral da Universidade de Salamanca e Fundação Geral do Conselho Superior de Investigações Científicas) e dois de Portugal (Universidade do Algarve e Direção-Geral da Saúde).
“Saúde circadiana, atividade física e padrão de hábitos alimentares como preditores de fragilidade: dados da população portuguesa” é o título do projeto associado através do qual a ESEnfC integra o projeto ModulEn (projeto principal).
João Alves Apóstolo (coordenador em Portugal), Maria de Lurdes Almeida, Isabel da Assunção Gil, Adriana Neves Coelho, Vitor de Oliveira Parola, Luísa Teixeira Santos, Elżbieta Bobrowicz-Campos e Filipa Daniela Couto são os docentes e investigadores da ESEnfC e da UICISA: E envolvidos neste trabalho.