Dorme menos de seis horas? Então corre sérios riscos de saúde
Dormir menos de seis horas faz mal à saúde, não é novidade. Entre as consequências descritas na literatura médica, as noites de sono curtas, ou mal dormidas, estão o surgimento de placas nas artérias que dão origem a doenças cardiovasculares. Mas um novo estudo, publicado agora na revista científica do American College of Cardiology, mostra pela primeira vez que este efeito não é exclusivo das artérias. Ele abrange a rede das veias por todo o corpo, o que aumenta o risco de doenças circulatórias, acidentes vasculares cerebrais, problemas digestivos e, claro, doenças cardiovasculares, escreve o Diário de Notícias.
"Este é o primeiro estudo que mostra objetivamente que o tempo de sono está associado à aterosclerose [espessamento interno das veias devido à formação de placas] em todo o corpo", afirmou o coordenador da investigação, José Ordovás, da Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, citado pela na CNN.
O estudo avaliou cerca o sono de quatro mil pessoas em Espanha, com uma média de idades de 46 anos, e sem historial de doenças cardíacas. Durante uma semana, os participantes usaram um dispositivo que registava a sua qualidade do sono, medindo o número de horas que dormiam em cada noite, o número de vezes que acordavam e as mudanças entre as várias fases do sono.
Com base nestes dados, os participantes foram divididos em quatro grupos, de acordo com a duração do seu período de sono - menos de seis horas; seis a sete horas; sete a oito horas, e mais de oito horas - e todos fizeram ecografias ao coração e tomografias computorizadas no início e no fim do estudo, para efeitos de comparação.
Com base nos dados obtidos, a equipa descobriu que os participantes que dormiam menos de seis horas por noite tinham um risco 27% maior de desenvolver aterosclerose nas veias por todo o corpo, em relação aos que dormiam oito horas por noite.
Dormir pouco, ou mal, causa danos generalizados na saúde, como está há muito bem documentado. Contribui para tensão alta, enfraquece o sistema imunitário, favorece a obesidade e a diabetes, contribui para o aumento das doenças cardiovasculares. Uma longa lista, com motivos bastantes para que se tome atenção a esta questão. O novo estudo vem agora acrescentar mais um.