Greve dos enfermeiros

Ministra diz que “parte significativa” das cirurgias adiadas já foi remarcada

Uma “parte significativa” das quase 8.000 cirurgias adiadas devido à greve dos enfermeiros já foi remarcada, disse a ministra da Saúde, assegurando haver condições para realizar todas no primeiro semestre do ano, no SNS.

Em entrevista hoje à rádio Antena 1, Marta Temido afirmou que, se os enfermeiros desconvocarem a greve prevista para os próximos 45 dias em blocos operatórios, existem condições para realizar todas estas cirurgias sem recurso ao setor privado.

“Das cerca de 7.700 cirurgias que foram canceladas, uma parte significativa delas já foi reagendada, algumas já foram realizadas, alguns casos mais críticos já foram realizados, e todas serão possíveis ser realizadas dentro do Serviço Nacional de Saúde se não existir uma nova greve”, afirmou a ministra da Saúde.

A “greve cirúrgica” estava prevista começar hoje, mas os sindicatos que a convocaram (Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal) decidiram suspendê-la até quinta-feira após o Ministério da Saúde ter marcado uma reunião para a próxima quinta-feira.

A reunião era uma das condições impostas por um sindicato para suspender a greve em blocos operatórios, convocada até 28 de fevereiro.

Relativamente à criação da categoria de enfermeiro especialista, uma das principais reivindicações destes profissionais, Marta Temido disse que vai custar 21 milhões de euros no Orçamento do Estado e que vai abranger quase 11 mil enfermeiros.

Ainda sobre as negociações com os sindicatos dos enfermeiros sobre a carreira, Marta Temido explicou que, "em termos financeiros o que está em cima da mesa é exatamente a mesma coisa que estava antes, a única diferença é um grau ou uma categoria".

"Como eu disse sempre era uma questão daquilo que, em termos de desenho das profissões na Administração Pública, nos parecia a nós ser o mais correto”, mas como "entendemos que se isso era uma questão crítica para os senhores enfermeiros deixarem de continuar em greves extraordinariamente agressivas para os portugueses, a obrigação do Governo era aproximar-se, aproximámo-nos”, sustentou.

Contudo, advertiu, o Governo “nunca” poderá “continuar a fazê-lo para além de determinadas ‘linhas vermelhas’, que são a sustentabilidade financeira e o equilíbrio e a equidade dentro da saúde”.

Quanto aos atrasos nas listas de espera para consultas de especialidade em vários hospitais do país, Marta Temido disse que já foram feitos contactos com as administrações hospitalares, no sentido de encontrar uma solução para estes casos.
 “Primeira opção, tentar reforçar as equipas de recursos humanos. Segunda opção, verificar se dentro da rede do Serviço Nacional de Saúde algum hospital pode fazer aquilo que entendemos que é desejável que é partilhar recursos”, explicou.

Há ainda uma terceira opção: “se não puder ser reforçada a equipa, nem direcionados mais meios para esses hospitais, então teremos que redirecionar os doentes”, sustentou.

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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